Cultura 18 julho, 2020

Ruínas do Teatro Romano, a história da antiga Lisboa em um museu de sítio

O Museu de Lisboa é um museu polinucleado, constituído por cinco espaços distintos: Palácio Pimenta, Teatro Romano, Santo António, Casa dos Bicos e Torreão Poente. Os quatro primeiros núcleos apresentam exposições de longa duração, com temáticas próprias, mas complementares entre si.

Um destes cinco núcleos do Museu de Lisboa que nos revela parte da antiga cidade de Felicitas Iulia Olisipo, são as ruínas do Teatro Romano!

O Museu engloba dois edifícios: um do século XIII e outro do seculo XIX, exemplar da arquitetura industrial, onde anteriormente funcionou uma tipografia e uma fábrica de malas.

Situado em um local privilegiado com uma magnífica vista sobre o rio Tejo, o teatro romano condicionou a evolução urbanística do local, fato evidente nos múltiplos vestígios arqueológicos registrados, e na sobreposição dos edifícios posteriores. 

História do Teatro Romano

O teatro romano foi construído no século I, na época do imperador romano Augusto , e a sua estrutura semicircular era adaptada ao declive topográfico da colina.

Os teatros eram símbolos de poder e uma marca do domínio romano, como é o caso do teatro de Felicitas Iulia Olisipo, nome dado à cidade de Lisboa na época romana.

O teatro do Olisipo tinha, provavelmente, capacidade para 4000 espectadores, e sua construção aproveitou o afloramento rochoso.

A parte central semicircular, chamada orchestra, destinada à elite citadina, e os degraus inferiores das bancadas eram talhados na rocha.

Os elementos arquitetônicos como bases, fustes e capitéis também eram talhados na rocha local.

Uma inscrição no muro que separava o palco da área destinada aos espectadores informa que o teatro foi renovado em 57 d.C, época de Nero. Esta reconstrução trouxe um marco na utilização do mármore na decoração dos edifícios urbanos.

História da Descoberta

O Teatro Romano de Lisboa foi descoberto por volta de 1798, na época da reconstrução da cidade, após o grande terremoto de 1755.

Data desta época o desenho feito por Francisco Xavier Fabri, um dos arquitetos envolvidos na descoberta, e que revela o estado de conservação em que as ruínas foram encontradas.

Este registo de importância extraordinária mostra algumas áreas praticamente intactas, como o muro, que foi posteriormente destruído e suas pedras reaproveitadas na construção de novos edifícios.

A degradação progressiva contribuiu para o esquecimento das ruínas. Sobre elas foram construídos prédios de habitações.

Em 1964 o monumento foi redescoberto após escavações e a partir de então, a Câmara Municipal de Lisboa comprou os edifícios e iniciou as escavações integrais.

Entre 1989 e 1993 foi descoberta parte da bancada. Em 2001 o muro de suporte da fachada cênica e de contenção da encosta.

As escavações arqueológicas também permitiram a descoberta de uma habitação do século XVII com vestígios do incêndio posterior ao terremoto de 1755.

O espólio encontrado neste importante sítio arqueológico indicam uma ocupação continuada do local, não só durante o período romano.

Entre eles destacam-se as lucernas, os vários tipos de ânforas, louças de cozinha, azulejos, vidros e porcelana do século XVIII.

E terminamos por aqui a nossa visita às ruínas do Teatro Romano, o Museu de Sítio que revela a presença romana na cidade de Lisboa!

Assista ao vídeo de nossa visita clicando abaixo:

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