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Lisboa é uma cidade com características únicas, que a tornam um local especial na Europa. Palco de acontecimentos históricos, reúne atualmente as tendências, mantendo o seu charme e beleza incomparáveis.
A capital portuguesa tem na Rua Augusta, uma das principais vias da Baixa lisboeta. Uma região vibrante e dinâmica, e que apresentaremos ao longo deste artigo.
A rua Augusta liga a praça do Comércio à praça D. Pedro IV. Seu nome é uma homenagem à Augusta figura do rei D. José I, retratado na estátua de bronze, localizada no centro da Praça do Comércio.
Em termos de tipologia arquitetônica, a Praça do Comércio tem um tratamento especial relativamente ao conjunto da Baixa Pombalina, que conheceremos em detalhes abaixo.
A utilização dos arcos e galerias foram decididos em exclusivo para esta área, conferindo nobreza e uma leitura diferenciada do espaço!
A Praça do Comércio abre passagem para a Rua Augusta através do grandioso arco triunfal, revelando a típica calçada de mosaico português e a arquitetura única da região.
O majestoso arco marca a paisagem da região e é um dos locais mais visitados pelos turistas, que se impressionam com a imponência deste monumento neoclássico.
Baixa Pombalina
A Baixa de Lisboa também é conhecida por Baixa Pombalina, por ter sido edificada por ordem do Marquês de Pombal e simboliza a extraordinária resposta do urbanismo à catástrofe do Terremoto de 1755.
Foi ali o local de construção dos primeiros edifícios da Europa com proteção antissísmica. Pequenos modelos de madeira foram usados para testes, com terremotos simulados pelo marchar das tropas à sua volta.
Resultado da necessidade de uma reconstrução rápida e econômica, os edifícios pombalinos são dotados de linhas simples e arquitetura que caracteriza as ruas, com fachadas semelhantes em toda sua extensão.
Com até quatro pisos, os edifícios possuem arcadas para lojas no piso térreo e varandas no primeiro andar. O sistema de construção era completamente inovador, utilizando elementos pré-fabricados, como as cantarias das janelas padronizadas.
Este espírito de funcionalidade, eliminando tudo o que é supérfluo, incluindo a decoração e impondo uma sobriedade racional, é um contraste ao estilo rococó que estava em voga antes do terremoto.
Rua do Ouro, da Prata e dos Fanqueiros
A Rua Augusta é o eixo central da Baixa Lisboeta, e tem nas ruas paralelas a continuação de tempos antigos, quando foram nomeadas de acordo com o comércio que se praticava em cada uma delas.
A Rua Áurea, popularmente conhecida como rua do Ouro, era o local reservado aos ourives e relojoeiros.
Na Rua da Prata, encontravam-se os artesãos da prata e livreiros.
Já a Rua dos Fanqueiros, era dedicada aos comércio de tecidos, chamado de fancaria, e o espaço livre era destinado aos mercadores de quinquilharias.
Casa Macário
Repleta de lojas históricas, a região concentra alguns dos mais antigos pontos comerciais da cidade.
Fundada em 1913, a Casa Macário dedica-se ao comércio de bebidas, bombons, cafés, chás e chocolates.
Na entrada da loja, uma placa indica em inglês: “Por favor não limpe as garrafas”. Porque, neste espaço, as garrafas cobertas de pó comprovam a sua história e seu valor.
Em uma inscrição na calçada portuguesa em frente à loja, lemos: “Café, Chá e Chocolates | 274 – 272“ simbolizando os produtos que ali se vendem e os números de porta que a loja ocupa há mais de 100 anos.
Escritório de Fernando Pessoa
A região da Rua Augusta era ligada à vida de Fernando Pessoa. Por ser fluente em inglês, trabalhou como secretário, tradutor e correspondente comercial em diversas empresas da Baixa de Lisboa.
Um de seus escritórios funcionava aqui na Rua Augusta, número 228, na conhecida empresa “Casa Serras”, dedicada à “importação e representação”.
Foi também aqui na Baixa Lisboeta que o poeta conheceu Ophélia Queiroz, seu único relacionamento oficial.
E terminamos por aqui o nosso passeio pela Baixa de Lisboa, um local histórico e cosmopolita, que apesar das alterações inerentes à passagem do tempo, mantém seu caráter original e peculiar monumentalidade.
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