Cultura 27 setembro, 2019

Museu do Mar Rei D. Carlos: a casa das coleções e histórias dos mares portugueses

Em nosso tour por Cascais já apresentamos alguns locais emblemáticos da vila, como o Parque Marechal Carmona, o Museu Condes de Castro Guimarães e a Casa Sommer

Vamos apresentar agora o Museu do Mar Rei D. Carlos, um espaço que engloba vários elementos da realidade marinha de Cascais, em uma verdadeira viagem ao mundo do mar.

Localizado na parte alta do centro de Cascais, o museu integra o perímetro cultural do Bairro dos Museus como a instituição que resgata a vocação da antiga comunidade e temas relacionados com o mar.

Breve histórico do Museu do Mar

Sediado no espaço do antigo Sporting Club de Cascaes, o museu foi fundado em 1879, por iniciativa do então Príncipe Carlos (futuro rei D. Carlos I). 

Durante várias décadas do século XX, este edifício, também conhecido por Clube da Parada, foi palco de muitos acontecimentos sociais, lugar de lazer e de divertimento.

Do edifício oitocentista resta apenas a Sala Octogonal, de entrada do Museu. As demais salas são ampliações posteriores, destinadas a expor o crescente acervo que foi incorporado ao longo dos anos.

O Rei D. Carlos, que dá o nome ao Museu do Mar, era um romântico com o oceano como paixão. Fundador do museu quando ainda era um jovem príncipe, D. Carlos era um curioso natural, cientista amador, um artista e amante do mar e dos oceanos.

Cascais na Rota dos Naufrágios

O Mar de Cascais já presenciou inúmeros naufrágios ao longo dos tempos. A sala “Cascais na Rota dos Naufrágios” retrata as embarcações naufragadas entre os séculos XVI e XVIII, as condições da navegação, a prática do comércio, as ameaças da pirataria e do corso, e as deficientes condições da vida a bordo, sendo estas algumas das áreas fundamentais para o estudo das grandes rotas de navegação da Época Moderna.

Nesta sala dedicada à arqueologia subaquática, estão expostos alguns objetos encontrados em embarcações naufragadas da região.

Oceano aberto – Vidas em Movimento

O oceano aberto ocupa mais de 70% da superfície terrestre e contém 99% de toda a água do planeta. As águas da Zona Económica Exclusiva portuguesa são a terceira maior da União Europeia e a décima maior do mundo (já no âmbito do plano de extensão da plataforma continental). 

Nestas águas portuguesas encontra-se uma grande variedade de espécies de flora e fauna marinha em constante movimento.

A Sala “Oceano Aberto – Vidas em Movimento”, inicia a exposição com a formação do Atlântico e a caracterização do oceano aberto e apresenta os animais que podemos encontrar nas águas portuguesas continentais e insulares. 

Esta sala expõe ainda ilustrações científicas de fauna, flora e habitats, fotografia, design e imagem gráfica expositiva, um projeto do Biólogo Nuno Farinha.

Gentes do Mar –  Pescarias

A Sala “Gentes do Mar – Pescarias”, retrata a forte tradição piscatória da Vila de Cascais e dos seus habitantes. 

A coleção exposta engloba trajes usados pelos pescadores e peixeiras de Cascais, apresentados em recriações de alguns usos e costumes da comunidade piscatória.

As artes tradicionais de pesca, ilustradas através de imagens do passado e do presente, registros sonoros e filmes, fotografias antigas e documentos.

Encontramos também diferentes objetos produzidos e utilizados pela comunidade, os quais se destacam as embarcações tradicionais.

Marinharia e Navegação

Na sala “Marinharia e Navegação” estão expostos documentos gráficos, fotografias e alguns objetos essenciais para uso durante a navegação ou salvamento no mar. 

Encontramos também arquivos de atividades que fazem parte da memória de Cascais, como o multimídia de famosas regatas à Vela e Festas Navais, que abrilhantaram a costa e, em especial a Baía de Cascais. 

A sala tem como objetivo destacar os aspectos históricos e técnicos que nos permitem compreender a história marítima local.

O Mar e a Origem da Vida

A exposição da sala “O Mar e a Origem da Vida” possui uma parte da valiosa coleção de fósseis marinhos do museu, nos transportando para a origem das formas mais remotas de vida, passando pelas grandes extinções e adaptações dos seres vivos aos diversos ambientes devido às alterações climáticas.

O Mundo dos Moluscos

Ao passear na areias da praia, muitas pessoas gostam de admirar as conchinhas trazidas pelas ondas, pela sua beleza e características peculiares. 

Na sala “O Mundo dos Moluscos”, encontramos exemplares de diversos formatos e cores distribuídos por províncias biogeográficas.

Exposição “Descobertas que teriam fascinado Darwin”

A ciência atual consegue responder a questões sobre as espécies, a relação com seus habitats e os processos evolutivos, através de meios científicos que Darwin não dispunha no tempo em que viveu. 

Certamente o naturalista britânico ficaria deslumbrado com os avanços da ciência atual e de como os recursos disponíveis ajudam a desenvolver as suas teorias revolucionárias. 

Nesta exposição, é possível observar alguns objetos de estudos dos processos evolutivos que poderiam fascinar Darwin.

Exposição Vidas Muito Antes de Nós

Foi no mar há cerca de 3.824 milhões de anos que começou a grande “aventura da vida na terra”, onde seres unicelulares se adaptaram e evoluíram para formas mais complexas de vida. 

Na sala da exposição “A Vida Muito Antes de Nós”, há diversos fósseis marinhos que evidenciam a vida marinha desde as primeiras formas até as adaptações iniciais às condições terrestres.

D. Carlos e a Ciência Oceanográfica

O núcleo “D. Carlos e a Ciência Oceanográfica” do Museu do Mar Rei D. Carlos nos mostra a importância do Rei português no desenvolvimento dos estudos oceanográficos ao reconstituir os principais momentos de suas ações e de sua equipe à bordo do iate Amélia. 

O mar era visto na época como uma via de comunicação entre Portugal e o resto do mundo, onde se defendiam as rotas comerciais e a costa do reino. Compreendendo o valor científico do oceano, D. Carlos patrocinou 12 campanhas oceanográficas a bordo do iate Amélia entre 1896 e 1907, colocando Portugal na vanguarda mundial do estudo do mar no início do século XX.

Nesta sala encontramos espécies pertencentes à antiga coleção do Rei D. Carlos I e uma representação do ilustre iate de nome atribuído por D.Carlos em homenagem à sua esposa, D. Amélia de Orleães.

E terminamos por aqui a nossa visita ao Museu do Mar – D. Carlos. Assista ao vídeo que fizemos com belíssimas imagens do local e não perca o nosso próximo vídeo, em que continuaremos a nossa visita ao Bairro dos Museus!

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