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Na cidade de Oeiras há um local especial que teve grande importância no desenvolvimento da região: a Adega do Palácio do Marquês de Pombal, o local de produção de um dos vinhos mais tradicionais de Portugal!
Nesta cidade, já tivemos a oportunidade de conhecer o hotel Vila Galé Palácio dos Arcos, confira aqui os detalhes desta visita!
Introdução e história
Portugal possui um restrito grupo de vinhos generosos de grande tradição.
Estes vinhos são licorosos, doces, com elevado teor alcoólico e de qualidade superior.
A classe dos vinhos generosos inclui o vinho do Porto, o vinho da Madeira, o Moscatel de Setúbal, e também o Carcavelos, um vinho raro e tão tradicional quanto desconhecido.
Originário desta região, o vinho de Carcavelos une os sabores de Portugal à história e à tradição local.
Sua reputação é atestada em documentos régios desde o século XIV, tempo em que era conhecido também como vinho de Oeiras.
Durante os séculos seguintes, a fabricação do vinho chegou a ser uma das atividades econômicas mais importantes desta região, mas foi no século XVIII, com o Marquês de Pombal, que a produção vinícola se tornou mais refinada e ampliada.
Aqui, em sua antiga quinta de veraneio, o vinho licoroso de Carcavelos ganhou corpo, prestígio e expressão internacional, chegando a ser escolhido pelo rei D. José para presentear o imperador da China em 1782.
A fama do vinho de Carcavelos correu o mundo até que as inúmeras pragas das vinhas, somadas à crescente urbanização do século XX, reduziram expressivamente a produção vinícola da região.
Em 1908, com a criação da região demarcada de Carcavelos, o local tornou-se protegido. Esta é a menor região demarcada de Portugal, com apenas 31 hectares de vinhas.
Foi graças à ação do poder público que a produção do vinho foi mantida. No final dos anos 80, o Ministério da Agricultura, em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras, iniciou a recuperação da tradição e das estruturas ancestrais da Quinta do Marquês de Pombal.
Adega do Casal da Manteiga – Torreão de Caça do Marquês
Os Vinhos de Carcavelos “Villa Oeiras” são produzidos na Adega do Casal da Manteiga. Um local usado pelo Marquês para repouso e pequenas refeições antes de regressar ao seu Palácio em dias de caça.
Adega do Palácio do Marquês de Pombal
Datada do século XVIII, a Adega do Palácio do Marquês de Pombal foi construída com o propósito de garantir a produção de um vinho de qualidade.
Sua arquitetura é atribuída a Carlos Mardel, o grande responsável pela reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755.
O projeto acompanha a linha estética do Palácio do Marquês de Pombal, pela riqueza decorativa que tão bem caracteriza este período.
Uma das atuais áreas de envelhecimento estaria antigamente ocupada por grandes tonéis, que recebiam o vinho após este ser misturado nos tanques de pedra, que encabeçam a adega no lado sul.
Os tonéis foram substituídos por pipas em madeira de carvalho Francês e Português, que potencializam o envelhecimento do Vinho de Carcavelos. Mas as ótimas condições da adega mantiveram-se inalteradas em relação à umidade e temperatura ao longo do tempo.
Com orientação norte-sul, este encantador espaço estende-se por 70 metros de comprimento, ladeado pelas pipas onde o vinho de Carcavelos Villa Oeiras envelhece por um período médio de 7 e 15 anos.
Estes vinhos fortificados possuem aguardente vínica adicionada à sua mistura no processo de produção, resultando em bebidas com alto teor alcóolico e sabor especial.
Alexandre Eurico Lisboa, Coordenador do Projeto do Vinho e da Vinha da Câmara Municipal de Oeiras, nos orientou em uma prova de vinhos e acrescentou que o Villa Oeiras é “um vinho com menor complexidade, fantástico como acompanhamento de entradas como patês, queijos, alimentos com maior gordura”.
Todo o cuidadoso preparo resulta em um vinho licoroso, aveludado, cor topázio, adquirindo, com o envelhecimento, um aroma amendoado característico.
Alexandre comentou ainda sobre a influência da região de produção no sabor único do vinho de Carcavelos: “A especificidade deste vinho tem a ver precisamente com o local onde estamos. Além das castas, o solo argilo-calcário e a proximidade do mar e a orientação das encostas, permitem que haja uma relação diária e íntima com o mar. Todas as noites, o mar entra na terra e banha as vinhas, trazendo umidade e sais que transmitem um caráter único a este vinho”.
Quando em provas há outros vinhos generosos de todo o mundo, como o Xerez, Marsalas, Porto, Madeira, não há dúvidas de que se tratam de vinhos distintos e únicos, e que este se trata do inconfundível vinho de Carcavelos.
Ele aponta por fim, que este é o ponto fantástico no mundo dos vinhos, a unicidade que nos é transmitida pelas castas, pelo terroir e também pela tecnologia.
Engenhosa e vanguardista, a forma do fazer antigo serviu à perfeição para criar o renovado, mas histórico Vinho de Carcavelos ‘Villa Oeiras’.
E terminamos por aqui a nossa visita à Adega do Palácio do Marquês de Pombal, o local que preserva a história de um dos vinhos mais especiais de Portugal, de renome internacional e tradição secular!
Confira clicando no botão abaixo o vídeo de nossa visita à Adega, incluindo o depoimento do especialista Alexandre Eurico Lisboa, Coordenador do Projeto do Vinho e da Vinha da Câmara Municipal de Oeiras.
Endereço | R. Aqueduto, 222 2780-203 Oeiras |
Contato | [email protected] https://www.villaoeiras.com/PT/contactus |