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Localizado próximo à Sé de Lisboa, o Museu do Aljube representa o espaço dedicado à memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia.
Breve Histórico
O edifício do Aljube remonta ao período romano e islâmico. Serviu inicialmente como prisão religiosa, e posteriormente como prisão feminina. Em 1928 tornou-se uma prisão política até 1965, data do seu encerramento.
O cárcere, que serviu à Ditadura Militar e ao Estado Novo, foi transformado neste museu, em homenagem aos resistentes que durante grande parte do século XX lutaram pela liberdade e pela democracia em Portugal.
Inaugurado em 2015, o Museu do Aljube ocupa cinco pisos que destacam a memória de luta contra a ditadura, visando contribuir para a construção de uma cidadania esclarecida e responsável.
Piso -1 e Piso 0
Nos dois pisos inferiores, o Museu apresenta uma coleção de vestígios arqueológicos que representam a história patrimonial do Aljube.
A porta principal da antiga Cadeia do Aljube encontra-se encerrada, mas foi preservada como símbolo do antigo estabelecimento prisional.
No piso 0, também encontramos as exposições temporárias, com informações complementares ao acervo fixo do núcleo museológico.
Piso 1
No primeiro piso, o Museu aborda a ascensão e a queda do fascismo.
Portugal: 1890-1976
Entre 1890 e 1976, podemos acompanhar uma breve história de Portugal ilustrada através de imagens de documentos recolhidos na imprensa da época.
Os documentos emoldurados cobrem as paredes com exemplos do que foi a censura sobre os meios de comunicação social, a produção livreira e discográfica durante a ditadura.
A partir destas imagens, podemos compreender a criação do regime político e seus valores em torno de um ideal de sociedade promovido por António Salazar.
Imprensa Clandestina
A importância da imprensa clandestina é destacada como o contraponto às certezas indiscutíveis do ditador, e como único veículo de informação sobre o que realmente se passava no país e no mundo.
A clandestinidade está representada em cenas de reuniões secretas, pelos instrumentos de tipografia dispostos em um ambiente escassamente iluminado e até em uma máquina de escrever camuflada em uma mala de viagem.
Polícia e Tribunais Políticos
Em outro núcleo é apresentada a natureza da Polícia Política em Portugal durante o Regime de Salazar e o papel dos tribunais políticos.
As gavetas de arquivo simbolizam os inúmeros cadastros resultantes da recolha de informações de atividades consideradas subversivas, e as longas prateleiras sobrepostas alinham os processos elaborados pelos tribunais políticos.
Piso 2
O segundo piso da exposição é dedicado à resistência antifascista.
Neste núcleo conseguimos compreender como homens e mulheres em diferentes contextos sociais, políticos e ideológicos, dedicaram a sua vida ao combate contra o regime ditatorial português.
De uma forma breve, são apresentadas as fases que seguiam uma detenção: os processos de identificação, os interrogatórios, a sentença, as prisões e os campos de concentração.
Os testemunhos em primeira pessoa descrevem os processos vividos por aqueles que foram detidos e interrogados.
A resistência dos homens e mulheres encarcerados sempre se exprimiu pela sua organização clandestina e pela preparação de fugas, individuais ou coletivas.
No Aljube, há o registro de fugas extraordinárias, como a de três funcionários do Partido Comunista Português entre eles Carlos Brito, que, em 1957, desarticularam a grade de uma antiga enfermaria desativada, atravessaram três prédios e saltaram para a rua, conseguindo posteriormente pegar um táxi no Largo da Graça.
O percurso neste piso termina com a reconstituição das celas para onde os presos políticos eram enviados.
Ao longo do corredor, à direita, vemos as janelas gradeadas sobre a Catedral da Sé, com o Tejo ao fundo. Uma paisagem luminosa: a miragem da liberdade!
À esquerda, temos uma sucessão de portas cinzentas. Curros, ou gavetas, era a designação dada às celas de isolamento da antiga prisão do Aljube.
Com dimensões mínimas, constituíam uma das formas de diminuir a capacidade de resistência dos presos.
Piso 3
No terceiro piso, podemos conhecer os aspectos marcantes do colonialismo durante o Estado Novo, em uma perspectiva centrada nas lutas pela libertação dos povos coloniais, enquanto ato de resistência e oposição ao regime.
Esta referência justifica-se pelo fato de os naturais das colônias e os membros e simpatizantes dos movimentos que sustentavam essas lutas terem sido igualmente perseguidos e presos.
Neste piso evocam-se ainda muitos opositores que ficaram pelo caminho, vítimas do sistema repressivo da ditadura.
O corredor-memorial do Museu do Aljube é uma homenagem àqueles que perderam a vida no longo caminho de luta pela democracia.
À direita vemos um painel com os nomes e uma nota sucinta sobre as respectivas mortes.
À esquerda, uma composição gráfica, feita por Paulo Andriga a partir de fotografias em miniatura de presos políticos, reproduzindo o rosto de Amável Vitorino, sapateiro que foi preso por fazer comentários desagradáveis à situação política do país e seus dirigentes, simbolizando a arbitrariedade da perseguição do regime.
A exposição do Museu do Aljube termina com uma referência à Revolução dos Cravos, e a conquista da liberdade e da democracia em 25 de Abril de 1974.
Centenas de cravos vermelhos ocupam integralmente uma das paredes, onde lemos no rodapé o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, intitulado “25 de Abril”:
“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo”.
Ao lado, vemos as fotos de momentos marcantes da Revolução em Lisboa, cujos locais estão assinalados na planta que cobre o chão da sala.
No último piso há ainda um auditório e uma cafeteria, com uma vista panorâmica sobre a cidade de Lisboa e o Rio Tejo.
E terminamos por aqui a nossa visita ao Museu do Aljube, um local que valoriza as memórias e as conquistas da liberdade e democracia, que hoje podemos usufruir.
Clique abaixo e assista ao vídeo de nossa visita ao Museu do Aljube em detalhes!
Endereço | R. Augusto Rosa 42 1100-059 Lisboa |
Contato | (+351) 215 818 535 [email protected] |
Horários | Diariamente das 10h00 às 18h00. Encerra segundas-feiras |
Preços | https://www.museudoaljube.pt/sobre-o-museu/precario/ |