Cultura 24 janeiro, 2021

Museu do Vinho e da Vinha, o legado da região de Bucelas representado em um espaço singular

Célebre pelos seus vinhos, a cidade de Bucelas, no concelho de Loures, situa-se a 25 quilômetros a norte de Lisboa.

A cidade abriga o Museu do Vinho e da Vinha, um local que promove a atividade vitivinícola, alusiva à produção de uvas e vinhos, uma característica marcante da região e enraizada na cultura de Portugal!

O Museu do Vinho e da Vinha encontra-se instalado no centro histórico de Bucelas, distinguida como a Capital do Arinto, a casta rainha e elemento base do vinho típico da região.

A região de Bucelas é demarcada desde 1911, delimitação que protege e torna possível assegurar a qualidade dos vinhos provenientes de áreas específicas.

O edifício datado do final do século XIX foi a residência da família Camilo Alves, uma das maiores produtoras de vinho em Bucelas, e cuja história está intimamente relacionada com a tradição vitivinícola.

A propriedade, incluindo a adega e o armazém, foram recuperados buscando preservar ao máximo as estruturas originais, e adaptando os espaços à nova função museológica.

A tradição vinícola da região de Bucelas revela-se neste museu, que apresenta dois espaços distintos: uma exposição permanente, dedicada ao vinho, à vinha e às vindimas.

E um mezanino, utilizado para exposições temporárias relacionadas ao universo da bebida mais tradicional do país.

A exposição permanente inicia com um painel, que nos introduz à história e tradição associada ao vinho da região de Bucelas.

A cultura da vinha foi introduzida na época dos romanos, mas o início da projeção internacional de Bucelas, data das invasões francesas.

Entre 1810 e 1811, época da terceira invasão francesa, o Duque de Wellington, mentor da estratégia defensiva da cidade de Lisboa, e os soldados ingleses que aqui estiveram, referenciaram em seus diários pessoais, o vinho produzido nesta região.

A bebida de Bucelas tornou-se célebre graças ao Duque, que durante as Guerras Peninsulares enviou algumas caixas para a corte inglesa, tornando o seu consumo em um hábito, tamanho o apreço dos ingleses pelo néctar.

A história conta, ainda, que o Rei Jorge III do Reino Unido, diante de uma enfermidade, não encontrou melhor remédio que o vinho de Bucelas, oferecido pelo Duque de Wellington.

O vinho de Bucelas surge também referenciado em muitas obras da literatura. Eça de Queirós, na obra “Os Maias” o exalta como uma bebida especial, servida em ocasiões de grande celebração.

Nesta exposição também estão representadas as principais fases de trabalho da vinha e os ofícios tradicionais executados para a produção do tão apreciado néctar.

Na área da antiga adega, podemos conhecer um dos meios tradicionais de produção do vinho, como a utilização do lagar de vara, ainda encontrado em algumas quintas da região.

Ao lado da adega, encontramos o espaço que originalmente abrigava os lagares. Um local que passou por diversas modificações ao longo do tempo. Os lagares que aqui estavam foram substituídos por prensas mecânicas, nos permitindo testemunhar a evolução tecnológica da produção do vinho.

A decoração do Museu do Vinho e da Vinha aproveita objetos originais, mesclados a cenários cuidadosamente montados para representar as atividades vitivinícolas, enquanto diversas frases alusivas ao vinho espalham-se pelas paredes.

Confraria do Arinto

A Confraria do Arinto de Bucelas foi a entidade que procedeu à inscrição do registro de Bucelas como Capital do Arinto, em 2010, considerando as características rurais da região, que tem na atividade vinícola fortes tradições, na produção de excelentes vinhos brancos.

Esta instituição tem como objetivo proteger e promover as tradições e o patrimônio da região, contribuindo para o desenvolvimento da sua atividade econômica, cultural e turística.

Loja, Oficinas e Centro de Documentação

O espaço possui ainda uma loja que oferece vinhos produzidos na região, oficinas sazonais e um centro de documentação especialmente vocacionado para a temática vinícola, além de um centro de interpretação ligado à história das Guerras Peninsulares.

Centro de Interpretação da Rota Histórica das Linhas de Torres

O Centro de Interpretação da Rota Histórica das Linhas de Torres, instalado no Museu do Vinho e da Vinha, aborda o período das Invasões Francesas e o sistema defensivo das Linhas de Torres.

Neste local, a história destaca as fortificações localizadas no território do concelho de Loures, que protegeram a capital do Reino dos exércitos napoleônicos, em 1810.

Este espaço disponibiliza visitas guiadas que contextualizam o visitante no período histórico e social do patrimônio em que se encontra.

E terminamos por aqui a nossa visita ao Museu do Vinho e da Vinha. Um local que preserva a memória coletiva da região demarcada de Bucelas, valorizando os seus produtos e tradições.

Clique no botão abaixo e assista o vídeo de nossa visita ao local!

EndereçoRua D. Afonso Henriques, 2 – 4 (EN 16)
2670-637
Bucelas
Contato(+351) 211 150 536 / 924 487 297
[email protected]; [email protected]

www.cm-loures.pt
HoráriosTerça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h
Encerra às segundas e feriados.
IngressosGratuito até 30 de junho de 2021
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