Cultura 13 abril, 2021

Museu Nacional de Arte Antiga, uma viagem pela arte através dos séculos

A instituição abriga a maior coleção de obras classificadas como “tesouros nacionais” de Portugal.

Breve histórico

Em 1884 foi inaugurado no antigo Palácio dos Condes de Alvor, o então denominado Museu de Belas Artes e Arqueologia.

Considerado o museu da identidade portuguesa, foi constituído após a extinção das ordens religiosas por obras provenientes de conventos, bens das coleções reais portuguesas e compras de outras instituições.

A atual designação Museu Nacional de Arte Antiga só aconteceu em 1911, após a distribuição de suas coleções por museus especializados.

Acervo

O magnífico acervo do Museu de Arte Antiga é composto por mais de 40.000 itens.
Alberga o maior número de obras estrangeiras existente no país e a mais completa coleção de arte portuguesa.

Um patrimônio extraordinário que nos conduz através das artes pelo período da Idade Média, ao início do Século XIX.

A variedade de objetos, o amplo período temporal em que eles se inscrevem e suas diversas proveniências, espelham a trajetória de Portugal, na história mundial, ao longo dos séculos.

Exposições

A exposição permanente do museu está instalada em mais de 50 salas, distribuídas nos 3 andares do edifício.

Piso 1

O primeiro piso acolhe as coleções de pintura europeia, mobiliário português e artes decorativas europeias.

As peças provenientes dos conventos e mosteiros juntam-se à outras, vindas de coleções reais, principalmente do Palácio da Ajuda e do Palácio das Necessidades e ainda de colecionadores particulares.

As primeiras salas, dedicadas aos séculos XIV e XV, marcam a transição entre o traço gótico medieval e a estética do Renascimento.

Painel “As Tentações de Santo Antão”

Um dos grandes destaques desta exposição é o painel “As Tentações de Santo Antão”, do século XV, que faz parte da coleção régia de D. Fernando II.

De interpretação complexa e enorme riqueza iconográfica, esse painel é considerado umas das obras primas do enigmático artista flamengo Hieronymus Bosch.

Sala Patiño

Inaugurada em 1974, esta deslumbrante sala reúne a importante doação feita ao Museu Nacional de Arte Antiga pelo diplomata boliviano Antenor Patiño.

A boiserie foi criada em 1769 pelo entalhador austríaco J. G. Leithner, a partir de um projeto de renovação do Palácio de Paar, em Viena, do arquiteto francês Isidore Canevale, realizado para as celebrações de noivado da arquiduquesa Maria Antonieta com o futuro Luís XVI, o Delfim de França, em 1770.

Sala Artes decorativas

Na sala das artes decorativas, encontramos diversos objetos que atendiam às necessidades simbólicas da religião, e ao luxo cotidiano da nobreza, da burguesia e do clero ocidental de outrora.

As salas de mobiliário revelam um percurso que passa pelo Renascimento, a Expansão Marítima, o Maneirismo, o Barroco, o mobiliário D. José ou D. Maria. Os tronos e peças de cerimonial, ilustram a cenografia do poder das elites, do clero e da realeza.

Capela das Albertas

O extinto convento das Albertas, vizinho ao Palácio dos Condes de Alvor, tornou-se um anexo do Museu na primeira metade do século XX, mantendo a igreja como exemplo típico do barroco português.

Este local foi preservado por integrar diversas manifestações artísticas, como o revestimento em talha dourada os azulejos, a pintura e escultura, sintetizando e contextualizando o acervo do museu.

Presépios

Nas salas dedicadas aos presépios está em destaque a obra-prima do escultor português Barros Laborão, o chamado Presépio dos Marqueses de Belas.

Com quatro metros de altura, é o maior do gênero em Portugal e foi o primeiro de grandes dimensões a ser encomendado por um privado, numa época em que os presépios eram objetos do espaço religioso.

Nestas salas encontramos também diversos outros exemplos dos tradicionais presépios portugueses, um tipo de arte muito popular no país.

Piso 2

No segundo piso estão expostas as coleções de ourivesaria, joalheria, cerâmica e vidros portugueses.

Aqui também encontramos expostas as artes orientais, resultado do contato entre os portugueses e a África, Índia, China e Japão, simbolizando o período da expansão portuguesa no oriente.

Cerâmica Portuguesa e Chinesa

A extensa coleção de cerâmica nos permite acompanhar a evolução da porcelana chinesa e da faiança portuguesa, bem como ver a influência da cultura dos povos nas peças dos dois países.

Arte oriental e Africana

As influências entre Portugal e suas colônias podem ser observadas também na coleção de marfins africanos e móveis com motivos europeus, como os contadores indo-portugueses.

Um dos destaques desta exposição são os biombos japoneses de arte Nambam, os quais retratam os primeiros contatos dos portugueses com o Japão.

Salas de Ourivesaria

Nas salas de ourivesaria encontramos a bela coleção de tesouros eclesiásticos, contendo relíquias como a cruz de ouro do rei D. Sancho I, datada de 1214, e a Custódia de Belém.

Esta magnífica peça criada em 1506 pelo dramaturgo Gil Vicente, a pedido do rei D. Manuel I, é considerada a mais célebre obra da ourivesaria portuguesa, pelo seu mérito artístico e significado histórico.

A rica coleção de joias aqui exposta, procede dos conventos, e foi formada por ofertas feitas pelos membros da nobreza e da burguesia abastada, quando estes visitavam as ordens religiosas.

Piso 3

O terceiro piso do museu é dedicado à pintura portuguesa e à coleção de escultura portuguesa.

A coleção de esculturas inclui imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos.

A peça de maior destaque desta coleção é a intrigante Fonte Bicéfala, que associa duas cabeças coroadas e dois escudos com as divisas de D. Manuel I e de D. Leonor.

Painéis de São Vicente

Entre as preciosidades expostas, estão em destaque os impressionantes painéis de São Vicente.

Considerada a mais importante pintura portuguesa do século XV, esta grandiosa obra prima tornou-se símbolo de orgulho nacional na época áurea da dinastia de Avis e do início dos descobrimentos.

De autoria atribuída à Nuno Gonçalves, os painéis apresentam uma solenidade de adoração ao redor da dupla figuração do patrono São Vicente.

A representação minuciosa de personagens da sociedade portuguesa da época transformou a obra em um valioso documento histórico.

Em meados do século XV e primeira metade do século XVI, a pintura portuguesa registrou um movimento de renovação admirável, fruto da influência de artistas do renascimento europeu.

Grande parte dos painéis aqui expostos integravam monumentais retábulos que, dispostos em andares, compunham uma narrativa baseada em temas religiosos.

Biblioteca

O Museu Nacional de Arte Antiga possui também uma belíssima biblioteca, especializada em história da arte disponível para consulta e estudos.

Jardim e Esplanada externa

E após visitar o museu, os jardins ao redor do palácio nos convidam a continuar a contemplação, com uma maravilhosa vista para o Tejo e o porto de Lisboa!

E terminamos por aqui a nossa visita ao Museu de Arte Antiga de Lisboa! Um espaço que enaltece as artes e nos conduz à uma viagem extraordinária através dos séculos!

Clique no botão abaixo para assistir ao vídeo de nossa visita ao local!

EndereçoR. das Janelas Verdes
1249-017
Lisboa
Horário de FuncionamentoTerça a domingo: 10h00-18h00
Ingressos 6,00 €
Consulte ingressos com preços especiais em:
http://www.museudearteantiga.pt/como-visitar/horario-preco
Contato+351 213 912 800
[email protected]
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