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Após o Palácio Nacional de Sintra e do Castelo dos Mouros, seguimos percorrendo os monumentos da Serra de Sintra, agora em uma visita ao fabuloso Palácio Nacional da Pena!
O Palácio Nacional da Pena está localizado no segundo ponto mais alto da Serra de Sintra.
Na chegada é impossível não ficar impressionado com a grandeza do castelo e com toda sua variedade de cores e estilos. A grande fusão de estilos arquitetônicos desde o romantismo, o gótico, manuelino, renascentista com influências indianas, maçônicas, entre outras, resulta em uma interessante obra de arte que cruza o Oriente e Ocidente!
Breve histórico do Palácio
A primeira construção no local foi uma capela, que mais tarde, no século XVI foi reconstruída a mando de Manuel I e doada à Ordem de São Jerónimo. O terremoto de 1755 deixou o convento em ruínas e só depois, no séc. XIX, o rei-consorte D. Fernando II de Portugal restaurou a edificação e a ampliou, na construção do Palácio da Pena. Quando faleceu, o local foi herdado por sua então esposa, Elisa Hendler, Condessa de Edla.
Em 1889 o Estado Português, a mando de D. Luís I, comprou o monumento. Durante o reinado de D. Carlos I, o palácio foi muitas vezes habitado pela Família Real, era o preferido da rainha D. Amélia de Orleans. Com a implantação da República Portuguesa o palácio foi então convertido a Museu.
A zona do antigo convento foi pintada de vermelho e o novo complexo arquitetônico, chamado de “Palácio Novo”, foi pintado de amarelo, seguindo ordens expressas do Rei-Artista D. Fernando II.
Veja em detalhes alguns destaques do local:
Porta do Alhambra
A Porta do Alhambra está localizada na rampa principal de acesso ao Palácio Nacional da Pena. Esta porta foi inspirada na Porta da Justiça do Alhambra, de Granada, Espanha, com arcos tipicamente neomouriscos.
Porta Monumental
A Porta Monumental é um misto de arco de triunfo e de portal de fortificação, assinalando a entrada para o túnel que conduz às alas residenciais e recepção do Palácio Nacional da Pena.
A sua composição arquitetônica contém referências a edifícios emblemáticos do período dos Descobrimentos e do Manuelino em Lisboa, como a Casa dos Bicos, através dos relevos que lembram pontas de diamante, a Torre de Belém, através das guaritas cilíndricas, Cunhal das Bolas do Bairro Alto lisboeta, que inspirou as esferas do arco do portal.
Por trás da Porta Monumental situa-se a Ponte Levadiça, que fazia obrigatoriamente parte do sistema defensivo dos castelos medievais centro-europeus.
Pórtico do Tritão
O Pórtico do Tritão é um dos elementos mais emblemáticos do Palácio Nacional da Pena, onde se destaca o mitológico Tritão, meio homem, meio peixe, compondo uma alegoria da criação do mundo. Este está sentado sobre uma concha, sustentando a janela. Na parte inferior, o mundo aquático com corais manuelinos, na parte superior, videiras e troncos que brotam da cabeça do Tritão.
A escolha deste personagem é entendido como uma celebração aos Descobrimentos, devido aos motivos marinhos.
Claustro
O Palácio Nacional da Pena foi construído a partir de um antigo convento do século XVI, que era organizado em torno deste pequeno claustro. Após a adaptação do edifício a Palácio pelas mãos de D. Fernando II no século XIX, o claustro foi revestido de azulejos hispano-mouriscos e fechado com janelas, passando a funcionar como espaço de circulação da área privativa do Palácio. Atualmente o local se encontra novamente aberto sem as janelas.
No piso inferior estão a Sala de Jantar da Família Real e a Copa, assim como os aposentos do rei D. Carlos. E no piso superior, os aposentos da rainha D. Amélia.
Sala de Jantar
No piso inferior ao claustro, está a sala de jantar privada da Família Real. Com paredes revestidas por azulejos, a sala manteve algumas características do antigo refeitório dos monges. As abóbadas em estilo manuelino do século XVI que cobrem o teto contrastam com o mobiliário todo esculpido em carvalho. O armário é original do tempo de D. Fernando II e guarda parte de um serviço de jantar de porcelana de Limoges estampado com a coroa da Casa Real. O serviço de porcelana da Vista Alegre, branco e verde, encomendado por D. Fernando pode ser visto em outro armário ao fundo da sala.
Nesta sala também estão expostas várias outras peças da coleção de louças e cerâmicas do excêntrico rei.
Quarto Rei D. Carlos
O Rei D. Carlos utilizou para seus aposentos, a antiga Sala do Capítulo do convento manuelino. De estrutura modesta, seu quarto possui um pequeno conjunto de mobiliário estilo império. O Rei deixou os ambientes mais nobres, no piso superior, para sua esposa, a rainha D. Amélia.
Quarto Rainha D. Amélia
Os aposentos da rainha D. Amélia encontram-se no piso nobre do Palácio Nacional da Pena, anteriormente ocupados pelo rei D. Fernando. A rainha D. Amélia tinha junto de si membros do seu séquito como o Veador (secretário) e uma ou duas Damas de Companhia, que foram acomodados nos quartos adjacentes.
No quarto do Veador, destacam-se as paredes de estuque com motivos naturalistas, como folhas, troncos e pinhas e a cama indo-portuguesa de pau santo.
O segundo quarto era ocupado pela dama de companhia da rainha, e o destaque é a linda abóbada estucada em formas clássicas de flores.
O quarto principal era ocupado pela rainha D. Amélia. A decoração mudéjar das paredes e teto, ostentam um luxuoso padrão geométrico, com núcleo estrelado, revestido com folhas de ouro. Este padrão revela o interesse que D. Fernando desenvolvera pela tradição artística islâmica.
Sala de Visitas (Sala Árabe)
A Sala de Visitas era usada para receber os convidados mais íntimos Família Real. Anteriormente conhecida como Sala Árabe, apresenta uma decoração datada de 1854 da autoria de Paulo Pizzi.
A técnica de pintura “trompe l’oeil” representando a belíssima arquitetura de influência islâmica, cria a ilusão de um espaço mais amplo.
É impossível não se impressionar com os detalhes em estuque do teto e o luxuoso mobiliário! Sem dúvida, um dos ambientes mais ricos do Palácio!
Salas de Passagem
As Salas de Passagem foram utilizadas no tempo do convento como suíte abacial. Com a adaptação a palácio, a suíte foi transformada em espaço de comunicação entre a estrutura do antigo convento e as divisões do Palácio Novo.
Ao longo da visita ao Palácio Nacional da Pena, atravessamos estes corredores com belas estátuas e obras de arte, que D. Fernando aproveitou como locais de exposição para a suas coleções pessoais. Os riquíssimos móveis em pau-santo fazem parte da luxuosa decoração.
Sala do Fumo (Sala Indiana)
A Sala de Fumo, também conhecida como Sala Indiana, representa a primeira grande sala do Palácio Novo. Suas paredes são cobertas de estuque com padrões mouriscos e indianos. O teto em madeira tem inspiração islâmica e revela influência da arte mudéjar.
Destaca-se na sala o lustre neorrococó de meados do século XIX, que representa, em vidro, uma trepadeira Glória-da-Manhã com cachos de uvas. As alusões indianas são reforçadas pelo mobiliário em teca – madeira asiática secular – adquirido em 1940. Esta sala abre para a janela sustentada pelo Tritão.
Salão Nobre
Fazendo jus ao nome, o Salão Nobre foi pensado inicialmente para servir como Sala dos Embaixadores, para acolher recepções oficiais. Imponente e amplo, o espaço foi posteriormente transformado em Sala de Bilhar e de convívio íntimo.
A beleza e sintonia encantam em cada detalhe: a mobília, as luminárias e a decoração estão intimamente relacionadas com a arquitetura da sala. Os sofás com dossel adaptam-se perfeitamente às dimensões das paredes. As paredes apresentam decoração em estuque com cartelas quadradas onde se inscrevem rosáceas em relevo. Destaque para as estátuas em tamanho real de turcos tocheiros e para os magníficos vitrais, que faziam parte da coleção do Rei D. Fernando.
Sala dos Veados
A Sala dos Veados foi concebida como uma Sala de Cavaleiros. Era nesta sala onde aconteciam os banquetes e grandes recepções do Palácio Nacional da Pena. A decoração do espaço não foi executada, mas o projeto era expor armas antigas nas paredes e vitrais heráldicos nas janelas. A coluna central deveria foi idealizada para reproduzir uma árvore, em torno da qual seriam expostas as cabeças de veados.
Atualmente, na sala está em exibição a exposição “Vitrais e Vidros: Um gosto de D. Fernando II”.
Cozinha Real
A cozinha real era a maior das diversas cozinhas que existiam no Palácio, e sua função era servir os banquetes da Sala dos Veados. Para prepará-los havia três grandes fogões e um forno. Os diversos utensílios em cobre, originários do Palácio estão marcados com a sigla PP (Palácio da Pena) e o monograma coroado de D. Fernando II.
Capela
A capela do antigo convento de Nossa Senhora da Pena mantém a configuração original, com o retábulo do altar mor feito em alabastro e mármore negro, a abóbada em ogiva e os azulejos do século XVI.
Destaca-se o vitral da janela neogótica, encomendado por D. Fernando a uma famosa família de construtores de vitrais de Nuremberg, para homenagear os Descobrimentos Portugueses. Nele, Vasco da Gama aparece junto a uma nau e a Torre de Belém, ao lado do rei D. Manuel, Nossa Senhora da Conceição e São Jorge.
Outra referência à Torre de Belém pode ser observada na estrutura da Torre do Relógio.
O Palácio Nacional da Pena pode ser visto de longe, mas de perto observa-se melhor a magnitude da obra.
Não deixe de visitar esse maravilhoso palácio repleto de detalhes, onde sempre se encontra algo para descobrir e admirar.
Assista também ao nosso vídeo e confira a paisagem incrível na qual o Palácio da Pena se insere, com beleza e características únicas que justificam sua eleição como uma das Sete Maravilhas de Portugal!
Créditos fotografia aérea de capa: PSML – Wilson Pereira