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Desenhado com traços renascentistas, o Palácio Marquês de Fronteira é considerado um dos mais belos monumentos lisboetas do século XVII.
Breve histórico
O palácio foi inaugurado por volta de 1675, servindo como pavilhão de caça e casa de campo para o primeiro Marquês de Fronteira, D. João de Mascarenhas.
O terremoto de 1755 devastou a cidade de Lisboa, mas preservou a região do palácio, motivando a mudança da família Mascarenhas para o local.
Ainda que não tenha sofrido danos com o terremoto, o edifício foi reformado e ampliado para tornar-se a residência permanente da família.
Atualmente, o palácio é habitado pelos descendentes do primeiro Marquês de Fronteira e administrado pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.
Classificado como Monumento Nacional desde 1982, o Palácio Fronteira disponibiliza diversos espaços e seus jardins para visitação.
A decoração dos interiores é única e o seu sentido ganha importância com a presença dos quadros pintados e do mobiliário existente, com origem em vários contextos histórico-culturais, documentando a história da Família Mascarenhas e a própria história nacional.
Átrio do Piso Nobre
Ao entrar no palácio, nos deparamos com uma carranca em mármore que abastece a taça sob o arco em ferradura.
Este espaço é ladeado por uma escadaria dupla revestida por azulejos padrão camélia, que nos transporta ao átrio do piso nobre, revelando o caráter renascentista do palácio.
Sala das Batalhas
No piso nobre, o grande destaque é a Sala das Batalhas.
As paredes desta sala são decoradas com painéis de azulejos que retratam oito episódios das guerras que culminaram na Restauração da Independência.
A grande contribuição de João de Mascarenhas nestas batalhas lhe rendeu o título de primeiro Marquês da Fronteira em 1670, distinção concedida por D. Pedro II.
Sobre as portas, elevam-se os bustos dos membros da família Mascarenhas, com exceção de João de Mascarenhas, que está representado ao centro de uma das paredes em seu cavalo.
João de Mascarenhas representado ao centro em seu cavalo
O teto possui enorme riqueza ornamental, e apresenta ao centro as alegorias da Paz, da Guerra e da Vitória.
Biblioteca
A biblioteca é constituída por cerca de três mil volumes, reunidos entre os séculos XVI e XIX, por diferentes membros da família.
Da Bíblia à hagiografia, da caça à culinária, da diplomacia aos assuntos bélicos, da história à filosofia, da botânica à agronomia, o acervo bibliográfico é um exemplo notável de uma biblioteca privada pertencente a uma casa nobre portuguesa.
Também fazem parte da biblioteca um piano decorado com fotografias da última família real, um globo celeste e outro terrestre.
A parte mais encantadora desta sala é a divisão em tripla serliana, envidraçada desde o século XVIII.
Sala dos Painéis
O cômodo seguinte é a Sala dos Painéis, designada como Sala de Jantar e uma das mais belas do palácio!
Altamente decorada, ostenta um soberbo trabalho em estuque estilo rococó. Os motivos desenhados indicam que o espaço era antigamente uma sala de música.
O nome da sala tem origem nos painéis que revestem as paredes – um conjunto de azulejos holandeses do século XVII – representando cenas mitológicas e de caça.
Para completar a riqueza da sala, estão pintadas no teto seis paisagens com uma lira e o sol, revestidos de ouro ao centro.
Sala de Juno
A Sala de Juno possui pinturas que datam do princípio do século XIX, com ornamentos em estilo Rococó, observados também no teto abobadado, cuja pintura no centro retrata a Deusa Juno, honrando o nome da Sala.
Deusa Juno retratada ao centro da pintura do teto
É nesta sala que se encontra a mesa de costura, que teria sido oferecida pela famosa rainha Maria Antonieta à Marquesa de Alorna, sogra do sexto Marquês da Fronteira.
Amparada na coluna de decoração rococó encontra-se a pequena mesa de costura
Sala dos Quatro Elementos
Passando pelas portas envidraçadas, encontramos a Sala dos Quatro Elementos, onde se destaca o quadro de Domenico Pellegrini, retratando a família do terceiro Marquês de Alorna que habitou o palácio.
O nome desta Sala tem origem na temática do estuque no teto, onde se inscrevem os quatro elementos: ar, terra, fogo e água.
Os destaques são as quatro pinturas na parte superior da porta envidraçada e o rodapé de azulejos holandeses.
Terraço – Galeria das Artes
Tal como no interior, nas áreas externas do palácio é possível observar a simbiose entre a inspiração italiana e a azulejaria portuguesa.
No terraço, também conhecido como Galeria das Artes, estão os painéis representando as alegorias das sete artes liberais, guardadas por estátuas de divindades gregas e bustos de imperadores romanos.
Um conjunto grandioso acompanhado por pequenos painéis satíricos, onde animais surgem humanizados.
Capela
Ao fundo do terraço, encontramos a capela de arquitetura renascentista, a mais antiga edificação do complexo, datada do século XVI.
Sua fachada se destaca pelo revestimento com embrechados compostos por conchas, pedras, vidro e porcelana.
Jardim de Vênus
A partir do terraço podemos aceder ao chamado jardim de cima, também conhecido como Jardim de Vênus, devido à presença da estátua desta deusa em uma fonte.
Com árvores de grande porte plantadas no final do século XIX, o jardim possui caráter íntimo e feminino pela grande carga romântica do espaço, rematado pelo Tanque dos Ss e pela Casa de Fresco, decorada com embrechados e azulejos.
Conta a lenda que os pedaços de porcelana são originários da louça utilizada no banquete oferecido ao Rei D Pedro na inauguração do palácio.
Após o evento, o primeiro marquês de Fronteira teria mandado partir toda a louça, como um ato simbólico e de grande distinção, deixando claro que ninguém mais era digno de utilizar aquele serviço. A exibição destes fragmentos na decoração também demonstram o seu poder e fortuna.
Jardim formal
Outro encanto que podemos visitar é o jardim formal do palácio, criado no século XVII.
De forte inspiração italiana, o admirável jardim é um monumental conjunto de canteiros de buxo, pontuado por fontes e esculturas.
Ao centro, vemos a fonte adornada com a esfera armilar, simbolizando o elemento heráldico português alusivo ao domínio marítimo.
O jardim é rodeado por painéis de azulejos com representações de deuses, cenas do campo e das estações do ano.
Uma curiosidade sobre o jardim são os painéis de azulejos que representam os Quatro Elementos. Com a falta do painel que simbolizava o fogo, foi encomendado um painel substituto à pintora portuguesa Paula Rego, renovando a tradição ornamental do palácio.
Galeria dos Reis
Delimitando e embelezando a lateral do jardim, encontramos quatorze painéis que representam personagens da família Mascarenhas como cavaleiros, refletindo-se nas águas de um grande tanque.
As escadarias nos conduzem aos dois torreões, que ligados formam a Galeria dos Reis.
Revelando a importância da Restauração da Independência Nacional, a galeria contempla os bustos dos reis de Portugal desde o Conde D. Henrique até D. Pedro II, incluindo D. Nuno Álvares Pereira e omitindo a Dinastia Filipina da monarquia espanhola que ocupou o país.
Mantendo seu protagonismo ao longo da história, o Palácio Fronteira nos aproxima dos maiores feitos da História de Portugal e da Expansão Ultramarina, enquanto apresenta magníficos exemplares da arte azulejar portuguesa.
E terminamos por aqui a nossa visita ao Palácio do Marquês de Fronteira, um fabuloso exemplar do patrimônio histórico-cultural português que enriquece a cidade de Lisboa!
Clique no botão abaixo e confira o vídeo com detalhes de nossa visita ao Palácio do Marquês de Fronteira!
Endereço | Largo São Domingos de Benfica 01 1500-554 Lisboa |
Contato | (+351) 217 782 023 [email protected] |
Horários e Ingressos | https://fronteira-alorna.pt/visitas/ |