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Depois de conhecer as maravilhas do Palácio de Monserrate, vamos revelar os encantos do Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins, que constituem um dos exemplos mais extraordinários da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal.
Em conjunto com seus jardins geométricos, decorados com estátuas e fontes, o Palácio de Queluz forma um cenário deslumbrante, sendo considerado um pequeno Versalhes, construído à semelhança do palácio francês.
A ribeira do Jamor, que atravessa todo o parque, foi aproveitada para lazer e entretenimento da Família Real. Ao longo de 115 metros, painéis de azulejos policromados ou com motivos em azul e branco, datados de 1756, revestem as paredes internas do Canal dos Azulejos, incluindo o arco de suporte e até as escadas de acesso ao riacho.
Nas tardes de verão, a orquestra da rainha tocava, enquanto a família real passeava em ‘gôndolas’ sobre as águas espelhadas que, aprisionadas por um sistema de comportas, refletiam os azulejos do interior das paredes, com representações de palácios, portos de mar e ruínas da Antiguidade.
Construído em 1747 pelo futuro D. Pedro III, consorte de D. Maria I, o Palácio de Queluz foi inicialmente concebido como residência de verão, tornando-se espaço privilegiado de lazer e entretenimento da Família Real. O local acabou se tornando a sua residência permanente de 1794 até 1807, quando partiram rumo ao Brasil fugindo das invasões francesas a Portugal.
É interessante observar em sua estrutura e na decoração dos ambientes, a evolução do gosto da Corte nos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo.
Sala do Trono
O interior do Palácio de Queluz já impressiona desde o seu primeiro e principal ambiente, a Sala do Trono. Também chamado de Casa Grande, o salão era destinado às audiências oficiais, grandes festas e recepções da Família Real Portuguesa. A riqueza de detalhes torna a Sala do Trono um dos espaços mais deslumbrantes do Palácio!
A sua construção iniciou-se em 1768, para o casamento de D. Pedro com D. Maria I, toda em estilo regência-rococó com pinturas alegóricas no teto.
Foi neste espaço também que decorreu o batizado da maior parte dos filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Bem como o velório de D. António Pio, D. Pedro IV e da rainha D. Carlota Joaquina.
Atualmente a Sala do Trono é cenário de banquetes oferecidos pela Presidência da República, Presidência de Conselho de Ministros e outras entidades públicas e privadas.
Sala da Música
A Sala da Música, também conhecida por Sala das Serenatas, é uma das salas mais antigas do Palácio. Este espaço serviu muitas vezes como casa de ópera e palco de apresentações musicais. No século XVIII, este salão foi escolhido por D. Carlota Joaquina, então Princesa do Brasil, como sua sala de audiências e beija-mão.
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Capela Real
A Capela Real foi um dos primeiros espaços construídos no Palácio de Queluz. Considerada uma pequena pérola do rococó, privilegia a sugestão de opulência e utilização de materiais “nobres”, recorrendo à pintura de telas sobre painéis de madeira imitando mármore. Possui uma só nave, tendo diferenciados os espaços da capela-mor, de planta oitavada e o do coro.
Um ponto interessante neste espaço é que por detrás de uma treliça, a Família Real podia assistir aos ofícios religiosos sem ser vista.
Sala do Lanternim
A Sala do Lanternim permite acessar a Capela Real, a Sala de Música e a Sala do Trono e era conhecida como Sala Escura até que, durante a primeira invasão francesa, o general Junot mandou fazer uma abertura no teto (lanternim) para iluminação e ventilação do espaço. Durante o período de exílio do irmão em Viena, a Infanta Regente D. Isabel Maria, mandou restaurar esta sala com a finalidade de nela o alojar após o seu regresso em 1828. D. Miguel nunca chegou a habitar este espaço, mas o seu imponente retrato, o maior do Palácio, continua a dominar a sala.
Aposentos da Princesa Francisca
Os aposentos da princesa D. Maria Francisca Benedita, irmã mais nova da rainha, foram ocupados por ela após a morte do marido – o príncipe herdeiro D. José – que era o filho primogênito da rainha Maria I (portanto, também sobrinho da viúva). Integram os aposentos da princesa um conjunto de ambientes privados, de pequenas dimensões: uma Saleta, o Quarto de Dª Maria, o Quarto em estilo Império e o Oratório, conforme especificado numa planta do palácio datada de 1795.
Foi D. João VI quem determinou a remodelação dos cômodos, nos estilos neoclássico e império, resultando nos tetos e lambris de telas pintadas a têmpera. A ornamentação foi inspirada em desenhos encontrados nas escavações de Pompéia, Herculano e da campanha de Napoleão no Egito –, incluindo esfinges e medalhões.
No centro da ala de aposentos da Princesa, no eixo do jardim de Malta, situa-se um pequeno Oratório que, edificado em 1788, é também conhecido por Ermida de Nossa Senhora del Carmen, devido à imagem de Nossa Senhora por quem a rainha D. Carlota Joaquina, que aqui ouvia missa diária, tinha especial devoção.
Sala da Escultura
A Sala da Escultura é o local em que a princesa italiana que se tornou rainha consorte de Portugal – D. Maria Pia de Saboia – instalou seu ateliê de escultura, na segunda metade do século XIX.
Sala do Fumo e Sala do Café
Na segunda metade do século XIX, ato de fumar fazia parte do quotidiano da corte, após a refeição. Destinada para este fim, a Sala do Fumo segue o belo padrão decorativo de quando fazia parte dos Aposentos da Princesa Maria Francisca Benedita.
A Sala do Café também era um espaço onde os homens de reuniam após as refeições. Essas salas foram criadas durante as curtas estadias do rei D Luis I e da rainha D. Maria Pia de Sabóia no Palácio de Queluz.
Sala de Jantar
A nomenclatura da Sala de Jantar é recente, decorrente da função que lhe foi dada pelos últimos monarcas que a utilizaram.
Anteriormente, as refeições dos reis eram servidas nos locais determinados de acordo com a conveniência de cada um, e variava segundo a ocasião, o gosto pessoal dos monarcas e a própria localização dos seus apartamentos privados.
Sala da Porcelana
Anexa à sala de jantar, está a Sala de Porcelanas e Faianças, onde estão expostas peças europeias e orientais, provenientes, em sua maioria, das coleções reais, como os serviços de mesa da Casa Real utilizados no Palácio Nacional de Queluz.
Corredor das Mangas ou dos Azulejos
O Corredor das Mangas ou dos Azulejos é uma nobre área de circulação que faz a ligação entre a área remanescente da antiga quinta que lá existia e as novas edificações.
A deslumbrante sala é totalmente revestida de painéis de azulejos policromáticos neoclássicos, representando as estações do ano, os continentes, além de cenas da mitologia e de caça.
Neste espaço encontra-se exposto um exemplar dos vários carrinhos de passeio encomendados em 1767 por D. Pedro, com decoração pompeiana e rodas de madeira delicadamente entalhadas.
Sala da Tocha
Situada na parte central da Fachada de Cerimônia, a Sala da Tocha integra a ala expositiva que apresenta, em ordem cronológica, as influências e estilos predominantes no Palácio Nacional de Queluz, conhecidos como: “D. José” , “D. Maria” e “Império”. A Sala da Tocha possui decoração ao estilo D. José (século XVIII), com predominância de elementos orientais em composição com os móveis nos estilos francês (Luis XV) e inglês.
Quarto Dom José
O quarto de dormir no estilo D. José ilustra as influências europeias e orientais, em uma reconstituição de um quarto típico da aristocracia portuguesa em meados do século XVIII. O vermelho dos tecidos adamascados e das lacas domina o ambiente, harmonizado com as madeiras escuras e exóticas de origem brasileira.
Sala dos Arqueiros
A Sala dos Arqueiros era a entrada nobre do Palácio, também denominada de Corpo da Guarda. Aberta diretamente para o Jardim Pênsil, era aqui que os arqueiros montavam a sua guarda. A decoração da sala composta por mobiliário e peças do estilo D. Maria, dentre as quais um belo lustre de Murano do século XVIII.
Sala dos Particulares
Era na Sala dos Particulares onde os camareiros aguardavam as ordens para iniciar os trabalhos, no tempo de D. João, cujos aposentos situavam no andar superior. No reinado de D. Luis I e de D. Carlos, este local serviu como Sala de Reuniões ou Biblioteca. Este espaço é todo mobiliado no estilo Império, completando o núcleo expositivo sobre as tendências decorativas predominantes no Palácio de Queluz.
Sala dos Embaixadores
A Sala dos Embaixadores foi originalmente designada como Sala das Colunas ou dos Serenins, em alusão aos concertos promovidos por D. Pedro e D. Maria I. A pintura do painel central representa a família real participando em um deles. Em cada extremidade estão colocados dois dosséis para tronos delimitados por espelhos: um para o rei e a rainha e outro para os Príncipes do Brasil – título dos príncipes herdeiros.
Esta sala foi utilizada pelo Príncipe Regente para cerimônias de Beija-Mão e audiências do corpo diplomático e ministros estrangeiros, passando a ser conhecida por Sala dos Embaixadores.
Sala do Despacho
Com decoração neoclássica, a Sala dos Despachos possui paredes revestidas com painéis em óleo sobre tela, representando ruínas da Antiguidade, da autoria do cenógrafo italiano Giovanni Berardi. Esta dependência foi utilizada para diversos fins, até que o Príncipe Regente D. João passou a fazer suas reuniões ministeriais, audiências e despacho ali, justificando o nome da sala. Posteriormente entre 1830 e 1874, foi também o quarto de dormir dos reis D. Miguel e D. Luís.
Sala das Açafatas
A Sala das Açafatas servia de antecâmara, onde as damas e açafatas, que cuidavam do vestuário e peças de adorno, aguardavam ordens para prestar serviços às rainhas Dª. Maria I e, posteriormente, a Dª. Carlota Joaquina. Suas paredes são revestidas por telas, com pinturas de paisagens ao estilo de Pillement.
Sala das Merendas
A Sala das Merendas era utilizada nas refeições privadas dos aposentos reais no Palácio de Queluz. O espaço possui decoração rococó e quatro grandes telas que representam merendas de caça, em que damas e cavaleiros, sentados informalmente no chão e rodeados das suas armas e cães, se entregam, em uma pausa de caça, aos prazeres da conversação e da gastronomia.
Quarto Dom Quixote
O quarto Dom Quixote cria a ilusão de um espaço circular, através da disposição das oito colunas que cortam os cantos e sustentam a cúpula do teto, enfatizada pela decoração radiante do parquet. A sua decoração baseia-se em um jogo de espelhos e entalhes dourados em estilo rococó, que emolduram pinturas contendo episódios da obra de Miguel de Cervantes – Dom Quixote de la Mancha. Já o teto é decorado por uma tela central com o tema “Alegoria à Música”.
Este é o quarto de aparato mais conhecido do Palácio de Queluz, onde nasceu a maioria dos filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, entre os quais se destaca o infante D. Pedro – Imperador do Brasil e Rei de Portugal – que aqui morreu também em 1834, vítima de tuberculose, com apenas trinta e seis anos.
Quarto Rainha Carlota Joaquina
O Quarto da Rainha é a única sala do Palácio de Queluz com decoração em pasta de papel prateada. Esta divisão teria servido de quarto de dormir, em diferentes épocas, a D. Pedro III, ao Príncipe Regente D. João e à rainha D. Carlota Joaquina. A decoração original com pinturas sobre espelho, representando “anjos e meninos dormindo, espreguiçando-se e brincando” se perdeu no incêndio ocorrido em 1934.
Toucador da Rainha
O toucador da Rainha conserva a sua decoração rococó emoldurando onze painéis de telas representando figuras de crianças com roupas da época, e revelando um rico percurso iconográfico sobre os diversos modos de vestir masculino e feminino do século XVIII. Neste ambiente, há uma total harmonização do assoalho de madeira em parquet com a decoração floral do teto, em forma de cesta.
Conhecer o Palácio de Queluz é uma experiência enriquecedora, que reúne dois elementos que fascinam os turistas: a beleza da sua arquitetura e a sua importância histórica, sendo testemunha de grandes episódios da história de Portugal e do Brasil.
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Assista também ao nosso vídeo com belíssimas imagens do Palácio Nacional de Queluz!