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A cidade de Lisboa está repleta de palácios e muitos deles adquirem novas funções, depois de servirem como residências de reis, condes e outros ilustres moradores. O Palácio Estoril e o Palácio de Seteais, tornaram-se conceituados hotéis e o Palácio de Belém, transformou-se na elegante sede da Presidência da República de Portugal.
O Palácio Pimenta, que mostraremos em detalhes neste artigo, tornou-se a sede do Museu de Lisboa! Antigo Museu da Cidade, sua estrutura contempla cinco núcleos distintos e complementares – Palácio Pimenta, Teatro Romano, Santo António, Torreão Poente e Casa dos Bicos – nos quais a cidade e as suas histórias se revelam sob diferentes perspectivas.
O propósito do Museu é revelar Lisboa de diferentes formas, divulgando a riqueza de uma das cidades mais antigas da Europa.
A sede do Museu de Lisboa está instalada no Palácio Pimenta, um solar de veraneio da primeira metade do século XVIII, construído por Diogo de Sousa Mexia, figura de relevo dos reinados de D. Pedro II e D. João V. Dentre os diversos proprietários, foi de Manuel Joaquim Pimenta que se originou o nome do Palácio. Em 1962 o imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa para instalação de um dos núcleos do Museu de Lisboa.
A entrada é realizada através de uma escadaria monumental, ladeada por belos painéis de azulejos. Na parede, uma grande pintura a óleo retrata Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal, figura marcante da história da cidade de Lisboa.
O acervo do Museu de Lisboa apresenta uma exposição permanente sobre a história da cidade de Lisboa, contada através de azulejos, desenhos, pinturas e documentos, incluindo a grande maquete da cidade de Lisboa, antes do Terremoto de 1755.
Construída na década de 1950, a maquete possui mais de dez metros de comprimento por quatro de largura e está exposta no Palácio Pimenta desde 1982. Esta maquete que permite a visão da cidade no século XVIII, nas vésperas do Terremoto, é um dos grandes destaques do museu!
O grande terremoto ocorrido em Lisboa no dia 1 de Novembro de 1755 quase destruiu toda a cidade. Estima-se que tenha atingido magnitudes entre 8.7 e 9 na escala Richter. Após o tremor, Lisboa foi assolada por um maremoto, que invadiu a parte baixa da cidade. Pessoas que tinham fugido para as margens do Tejo, com o objetivo de escapar dos tremores de terra, foram apanhadas pelas águas. Quando as ondas cessaram, os incêndios queimaram o que restava. Confira as fotos de uma das salas dedicadas ao tema no Museu de Lisboa, contendo pinturas e ilustrações da cidade devastada.
Os efeitos do terremoto de 1755 em Lisboa foram devastadores, e os prejuízos materiais incalculáveis! Mais de dois terços da cidade tornaram-se inabitáveis.
O Museu de Lisboa guarda uma maquete representando a cidade após o terremoto e outras imagens da cidade.
Apesar da calamidade desencadeada pelo terremoto, Lisboa não foi afetada por epidemias e menos de um ano depois já estava parcialmente reconstruída. Marques de Pombal teve um papel fundamental em sua reconstrução e é autor da famosa frase: “E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos”
No Museu de Lisboa, a sala dedicada ao Marques de Pombal é decorada com um dos seus retratos mais fiéis! O então ministro de D. José I é representado no seu gabinete de trabalho, ostentando a insígnia com a Cruz de Cristo. Ao seu lado direito, vemos parte da livraria onde, de uma prateleira, tomba um decreto desenrolado. Ao fundo, uma janela com vista da cidade reconstruída, como contraponto da Lisboa arruinada pelo Terremoto de 1755. Toda a cenografia da representação apela para a intencionalidade de mostrá-lo como um verdadeiro estadista do iluminismo.
A sala possui também maquetes de imponentes esculturas da cidade de Lisboa.
Uma das salas do Museu de Lisboa é dedicada ao Aqueduto das Águas Livres e sua emblemática e grandiosa arcaria que se ergue sobre o vale de Alcântara, com detalhes de sua construção, gravuras e aquarelas. O Aqueduto das Águas Livres é uma importante obra de engenharia do século XVIII que abastecia de água a grande cidade de Lisboa e resistiu incólume ao Terremoto de 1755.
No Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, vale observar os azulejos e detalhes originais em cada sala do palácio, pois são extraordinários. Em uma das salas, destacam-se as peças de mobiliário em estilo império, com mesa e cadeiras ricamente decoradas, bem como as porcelanas sobre a lareira, decoradas com Monumentos Lisboetas e uma grande pintura a óleo de D. Fernando.
A eleição da Primeira Vereação Republicana à Câmara Municipal de Lisboa em 1908, está retratada em uma grande pintura à óleo. Elevando-se sobre a multidão, ergue-se uma figura feminina, ostentando na mão esquerda um rolo de pergaminho desdobrado, com a inscrição Á urna pela lista republicana 1908, e que aponta, com a mão direita, a urna dourada das Eleições Municipais. É esta figura em movimento que dirige a multidão e a chama para o voto.
Algumas das antigas dependências do Palácio Pimenta também podem ser visitadas, incluindo a cozinha, decorada com painéis de azulejos azuis e brancos com representações de peixes, flores e animais de caça e ambientada com diversos objetos que recriam o ambiente da época.
Cada um dos artefatos, pinturas ou peças de mobiliário e decoração expostos no Palácio Pimenta documenta as diversas fases da história e acontecimentos marcantes de Lisboa e nos permite conhecer os detalhes e riquezas de uma das cidades mais antigas da Europa.
Visitar o Museu de Lisboa no Palácio Pimenta nos permite conhecer a história e compreender a composição da cidade como a conhecemos hoje!
Assista o vídeo de nossa visita ao Museu de Lisboa – Palácio Pimenta e confira os detalhes deste local que se dedica a divulgar a trajetória que transformou Lisboa em uma das cidades mais importantes e interessantes do mundo!