Cultura 21 dezembro, 2022

Panteão Nacional – uma homenagem às grandes personalidades portuguesas

Neste artigo conheceremos juntos o Panteão Nacional, local que guarda os túmulos de grandes personalidades de Portugal.

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Na antiguidade clássica, o panteão era o templo consagrado pelos gregos e romanos a todos os deuses.
Estes templos foram reformulados e os panteões passaram a servir como última morada daqueles, que por meio de feitos notáveis, engrandeceram a sua pátria!

Com a Revolução Francesa, nasceu um novo conceito de panteão, um local consagrado à memória dos ilustres membros da nação.

Assim, surgiu a necessidade de um local para acolher as personalidades pelos feitos extraordinários que desenvolveram ao longo da vida. E foi então criado o Panteão Nacional, que iremos conhecer a seguir.

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Situado em Santa Clara, o Panteão Nacional encanta por sua história e arquitetura, como um dos edifícios mais monumentais de Lisboa!

Breve Histórico

Sua imponente construção pode ser vista a centenas de metros de distância e sua história chega tão longe quanto sua visão na paisagem!

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Originalmente destinado à igreja de Santa Engrácia, o edifício abriga hoje o Panteão Nacional.

As obras da igreja foram iniciadas no final do séc. XVI, por iniciativa da infanta D. Maria, filha de D. Manuel I.
No entanto, sua conclusão ocorreu somente em meados do séc. XX.

Foram vários os acontecimentos que impediram a conclusão, e prolongaram as obras por três séculos!

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Em 1630, por exemplo, houve o roubo das hóstias consagradas, guardadas no sacrário da capela-mor.
Simão Solis, um cristão-novo que tinha sido visto a rondar o templo, foi acusado do crime e condenado à morte na fogueira.
A história conta que no momento da execução, Simão jurou sua inocência e lançou uma maldição sobre as obras, ao afirmar: “É tão certo morrer inocente, como as obras nunca mais acabarem!”.

Após o episódio, a igreja foi reconstruída, mas ruiu subitamente após um grande temporal, cerca de 50 anos depois.
O desastre levou à construção de um novo templo em 1681. Um arrojado projeto em estilo barroco, da autoria de João Antunes.
No entanto, o arquiteto faleceu em 1712, e a igreja ainda não estava terminada .

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O prolongamento da conclusão das obras fez nascer, entre os lisboetas, a expressão popular “Obras de Santa Engrácia”.
Esta expressão é usada ainda hoje, quando uma situação apresenta demora na execução.

Sem a conclusão de suas obras, a igreja de Santa Engrácia foi classificada como Monumento Nacional em 1910, e a sua adaptação a Panteão Nacional ocorreu alguns anos depois, em 1916.

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Em 1964, António de Oliveira Salazar visitou o monumento, e decidiu tirar proveito da superstição popular de “uma obra sem fim”.
Para provar a capacidade do Estado Novo, ordenou que as obras fossem concluídas em dois anos.

A inauguração do Panteão Nacional coincidiu com as comemorações do Quadragésimo Aniversário do regime, realizadas em 1966.

Desde então o Panteão acolhe e homenageia algumas das mais importantes personalidades da história e da cultura portuguesa de todos os tempos.

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Arquitetura externa

Ao caminharmos pela zona histórica de Santa Clara, é impossível não nos impressionar com o grandioso edifício do Panteão Nacional!

O edifício é coroado por um belo e grande zimbório e sua fachada principal concilia o barroco italiano com a prática arquitetônica mais notável e significativa de Portugal.

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Os três portais guardam a galilé, totalmente decorada em grande relevo.
Uma obra-prima da escultura barroca!

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Entrando na igreja, nos deparamos com este belo portal. Acima, a coroa e do escudo de Portugal, exaltando o caráter nacionalista da igreja.

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Interior – Nave Central

Vamos conhecer agora o magnífico interior desta igreja que se tornou Panteão Nacional.

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A igreja possui planta em cruz grega com paredes ondulantes, que fazem contrastes de luz e sombra, marcadas nos ângulos por torreões.

O amplo espaço da nave central é harmoniosamente decorado com recortes em mármore colorido, que contrastam com as sóbrias paredes de pedra.

Órgão

Na capela-mor, encontramos um belíssimo órgão barroco, uma das preciosidades da igreja.

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A decoração da capela-mor foi finalizada com a colocação deste órgão do século XVIII.

Esta escolha permitiu a reutilização de uma peça barroca de valor histórico e artístico, sendo assim resgatada do abandono.

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Nave Central – Cenotáfios

Na Nave Central, encontramos seis cenotáfios, que celebram alguns dos ilustres heróis portugueses.

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Os cenotáfios são memoriais dedicados às pessoas sepultadas em outros locais.

Uma Comissão Consultiva foi constituída para decidir quais personalidades seriam homenageadas e onde seus cenotáfios seriam inseridos aqui no Panteão Nacional.

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Aqui, encontramos:

  • Luís de Camões e Vasco da Gama, sepultados no Mosteiro Dos Jerónimos em Lisboa.
  • Pedro Álvares Cabral, sepultado na Igreja da Graça em Santarém;
  • o Infante D. Henrique, sepultado no Mosteiro da Batalha
  • D. Nuno Álvares Pereira, sepultado na Igreja do Santo Condestável em Lisboa
  • E Afonso de Albuquerque, que teve sua sepultura na Igreja da Graça destruída pelo terremoto de 1755 em Lisboa

Salas Tumulares

O Panteão Nacional possui 3 salas tumulares, localizadas no piso térreo.

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Em 1966, ano da inauguração do Panteão Nacional, foram transladados para este local 6 personalidades que já se encontravam sepultadas no Mosteiro dos Jerónimos.

Entre eles, encontramos alguns escritores e antigos presidentes da República.

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Sala I

A Sala I procura reconhecer e imortalizar as personalidades que, através das suas obras, contribuíram para imortalizar e divulgar a língua portuguesa.

Aqui, encontramos os túmulos de: Almeida Garrett – escritor, dramaturgo e grande impulsionador do teatro em Portugal; de Guerra Junqueiro, escritor e poeta que defendeu a renovação da vida política e cultural portuguesa; e de João de Deus, poeta e pedagogo popular pelo seu envolvimento nas campanhas de alfabetização do país.

Nesta sala está também o túmulo da fadista Amália Rodrigues.

Aclamada como “Rainha do Fado”, Amália foi uma das grandes cantoras do século XX, contribuindo para a divulgação de Portugal no mundo.

A sua atuação no casino de Copacabana em 1944 no Brasil marcou o início do seu reconhecimento internacional.

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Sala II

Na Sala II, estão os túmulos:

  • do militar e político Marechal Humberto Delgado, figura determinante na luta pela Liberdade e Democracia
  • do escritor Aquilino Ribeiro, uma das figuras ímpares da literatura portuguesa
  • e de Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das maiores poetisas do séc. XX português.
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O túmulo do jogador de futebol Eusébio da Silva Ferreira foi o último a ser trasladado para o Panteão, em 2015.

Eusébio é considerado um dos maiores futebolistas de sempre. O seu desempenho extraordinário e as suas capacidades tornaram-no conhecido como Pantera Negra.
Em 1966, foi o melhor marcador do Campeonato do mundo, com 9 golos.

O futebolista tornou-se símbolo nacional e um marco na divulgação da importância de Portugal no mundo.

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Sala III

Na terceira sala, encontramos os túmulos dos presidentes da república Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Doutor Sidónio Pais e Marechal Óscar Carmona.

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No ano de 1910, aquando da revolução civil e militar, Teófilo Braga presidiu o Governo Provisório.

Manuel de Arriaga foi eleito o primeiro presidente da República em 1911.

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O Dr. Sidónio Pais tornou-se o 4º presidente da república portuguesa em 1918, cargo que exerceu até ao seu assassinato em Dezembro desse mesmo ano

Óscar Carmona, eleito o 9º presidente da República, teve a sua ação determinada pela existência do Estado Novo

Coro-Alto

No andar superior, encontramos o coro-alto, de onde podemos contemplar uma vista aberta para a igreja.

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Este espaço era reservado para os altos dignitários e membros do clero para assistirem ao serviço religioso.

Por sua localização, é possível ter uma perspectiva da nave central e perceber a sua grandiosidade e riqueza decorativa.

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Cúpula

A igreja é coberta pela majestosa cúpula, que se ergue a 80 m de altura.

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Uma curiosidade é que esta foi a última estrutura a ser construída no edifício!

O projeto de Amoroso Lopes para a conclusão das obras de Santa Engrácia incluiu a construção de uma dupla cúpula em concreto revestida em pedra lioz.

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Terraço

Do terraço do Panteão Nacional, temos uma vista magnífica da cidade de Lisboa.

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O amplo terraço presenteia os visitantes com pontos de vista privilegiados sobre a zona histórica da cidade e sobre o rio Tejo.

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Apesar de ser um espaço de homenagem póstuma, o Panteão Nacional celebra a vida e as virtudes, em um dos monumentos barrocos mais imponentes de Lisboa!

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E terminamos por aqui a nossa visita ao Panteão Nacional. Obrigada por sua companhia! E espero por você em nosso próximo encontro!

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Clique no botão abaixo e confira o vídeo do episódio de BeSisluxe Em Portugal sobre o Panteão Nacional!

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