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Neste artigo vamos visitar o Largo do Carmo em Lisboa, para conhecermos juntos duas de suas atrações, que oferecem experiências inigualáveis que estão entre as mais incríveis da capital.
Uma delas é o Elevador de Santa Justa, um antigo meio de transporte público, que por sua espetacular arquitetura e engenharia, tornou-se uma das atrações mais procuradas na região!
Visitaremos também as ruínas da Igreja e Convento do Carmo, um local de imensa beleza e contemplação, que nos envolve e nos conecta com a história de Lisboa.
No interior das ruínas da igreja, vamos conhecer ainda o Museu Arqueológico do Carmo, um dos museus mais antigos de Portugal. Uma oportunidade para descobrir preciosidades em exposição que remontam à pré-história, como artefatos e até múmias pré-colombianas!
ELEVADOR DE SANTA JUSTA
Hoje, vamos viver uma das experiências mais autênticas da capital portuguesa: um passeio no Elevador de Santa Justa!
Inaugurado em 1902, o Elevador de Santa Justa, também conhecido como Elevador do Carmo, é um admirável monumento projetado pelo engenheiro Raoul Mesnier du Ponsard.
Este elevador é um sistema de transporte público que facilita a circulação dos lisboetas, fazendo o acesso da Baixa ao Bairro Alto, mais precisamente, da Rua de Santa Justa ao Largo do Carmo.
Por sua engenhosidade, esta construção é frequentemente relacionada à Torre Eiffel, e apesar de não haver provas da ligação deste engenheiro ao famoso responsável pela torre francesa, Gustave Eiffel, é notável a aplicação de mecanismos e materiais semelhantes.
Em comemoração ao seu centenário, no ano de 2002, o Elevador de Santa Justa foi classificado como Monumento Nacional.
Atualmente é uma das principais atrações da cidade, recebendo cerca de 1 milhão de visitantes por ano.
Ao nos depararmos com o Elevador de Santa Justa, já somos surpreendidos pela beleza de sua arquitetura!
O Elevador de Santa Justa é um dos poucos exemplares de arquitetura em ferro que existe em Lisboa. Sua inauguração, em 1902, causou profundo impacto no urbanismo da baixa da cidade, não só pela sua implantação vertical, mas também pela ornamentação exuberante, enriquecida com trabalhos em filigrana e repleta de arcos em estilo neogótico.
Reunindo técnica, engenharia e arquitetura, o elevador foi considerado uma obra arrojada para a época, quando a máquina era entendida como algo mágico e sinal dos novos tempos.
Originalmente, o elevador movia-se a vapor, mas em novembro de 1907, foi equipado com motores elétricos.
Este é um dos elevadores verticais públicos mais charmosos do mundo, e o único exemplar histórico ainda em operação na cidade.
São 45 metros de desnível entre as plataformas, percorridos com tranquilidade dentro de uma elegante cabine em madeira.
Ao desembarcar na plataforma, encontramos as escadas em caracol que nos dão acesso ao Miradouro de Santa Justa, de onde temos uma das melhores vistas sobre a cidade de Lisboa!
Neste amplo terraço, a panorâmica nos mostra: de um lado o castelo de São Jorge, a Sé de Lisboa e o rio Tejo.
Do outro lado, vemos a Baixa lisboeta, o teatro D. Maria II e o Rossio.
Daqui, podemos ver também as ruínas da Igreja do Carmo, que conheceremos daqui alguns instantes!
Depois desta experiência maravilhosa no Elevador de Santa Justa, seguimos por essa passarela que nos leva ao Largo do Carmo, nossa próxima visita!
LARGO DO CARMO
O Largo do Carmo é um dos mais bonitos de Lisboa!
No passado, marcou a história como palco da Revolução dos Cravos, que pôs fim ao regime ditatorial em Portugal.
Rodeado por jacarandás que florescem na primavera ao início do verão, o Largo do Carmo é hoje um local tranquilo, perfeito para uma pausa à sombra das várias esplanadas e restaurantes que aqui existem.
O belíssimo chafariz, construído no século XVIII, torna o espaço ainda mais charmoso.
Em seu entorno, vemos traços pombalinos marcantes, que foram inseridos na paisagem da baixa durante a reconstrução de Lisboa, após o terremoto de 1755, que destruiu grande parte da cidade.
IGREJA E MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO
Outro vestígio notável desse incidente marcante de Lisboa, são as ruínas da Igreja e Convento do Carmo.
No ano de 1389, D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável do Reino, ordenou a construção da Igreja do Carmo.
Herói da batalha de Aljubarrota, D. Nuno Álvares Pereira idealizou o monumento em honra a Nossa Senhora do Carmo, como forma de agradecimento pela proteção divina durante o conflito.
Pela sua grandiosidade, a Igreja do Carmo chegou a ser a principal igreja gótica da capital, estendendo-se por 70 metros de comprimento.
Ao longo dos tempos, a igreja e o convento sofreram diversas alterações, com adaptações a novos estilos arquitetônicos e decorativos, que a transformaram em uma das construções mais impressionantes de Lisboa.
Mas em 1755, quando a cidade foi arrasada pelo devastador terremoto, a cobertura das naves da igreja desapareceu. A estrutura do convento foi preservada, mas parte do patrimônio artístico foi consumido pelo grande incêndio que ocorreu após o sismo.
Vamos ver agora os detalhes deste monumento impressionante, que nos aproxima da história de Lisboa.
No ano seguinte ao terremoto, em 1756, foi iniciada a reconstrução da igreja.
As obras, no entanto, foram interrompidas em 1834, devido à extinção das Ordens Religiosas em Portugal.
Os pilares e os arcos das naves, construídos neste período, são um verdadeiro testemunho da arquitetura neogótica experimental, de carácter cenográfico!
Assim, foi criado este mágico cenário de ruína, mas que nos deixa completamente encantados!
Em meados do século XIX, quando imperava o gosto romântico pelas ruínas e pelos antigos monumentos medievais, a ideia da reconstrução do edifício foi descartada, mantendo o corpo das naves da igreja a céu aberto.
Curiosidade “cair o Carmo e a Trindade”
Uma curiosidade contada pelos lisboetas, é que a origem da expressão popular portuguesa “cair o Carmo e a Trindade”, pode estar relacionada à história deste local.
A expressão é usada para fazer referência a fatos que provocam surpresa ou que podem trazer consequências graves.
Historicamente, o Carmo e a Trindade eram as duas áreas que constituíam a antiga freguesia lisboeta do Sacramento, possuindo dois dos mais importantes conventos da região.
Ambos ruíram no terremoto de 1755, causando assombro perante a tragédia, e dando origem à expressão popular tão literal.
Museu Arqueológico do Carmo
Parte do teto da igreja resistiu ao terremoto, no espaço que abriga hoje o Museu Arqueológico do Carmo.
Fundado em 1864 pelo arquiteto e arqueólogo Joaquim Possidónio Narciso da Silva, este foi o primeiro museu de Arte e Arqueologia do país.
O seu objetivo era de salvaguardar o patrimônio nacional que ainda restava do Convento do Carmo e de outros espaços que estavam abandonados, em consequência da extinção das Ordens Religiosas e dos inúmeros estragos causados pelas Invasões Francesas e as Guerras Liberais.
Este patrimônio é formado por coleções únicas, que vamos conhecer agora!
Nos primeiros anos de existência do museu, Joaquim Possidónio da Silva reuniu um vasto espólio, constituído por diversos objetos de interesse histórico-artístico e arqueológico.
O valioso acervo do museu possui peças de diversas épocas, e suas coleções são caracterizadas pelo ecletismo.
O Museu Arqueológico do Carmo contempla desde artefatos da Pré-história até peças contemporâneas, dispostos ao longo de 5 salas, através das quais podemos conhecer as formas de pensar e sentir dos homens ao longo do tempo e nas diversas vertentes culturais.
Apesar da entrada ser feita pela terceira sala do museu, vamos conhecer o museu por ordem cronológica, começando na Sala 1.
Sala 1
Esta é a primeira sala do Museu! Denominada de Sala de Arqueologia, é dedicada aos mais remotos habitantes do atual território português!
Aqui, encontramos mais de 1.000 artefatos pré-históricos como as pedras lascadas, vasos e peças originárias de escavações arqueológicas.
Os vários artefatos expostos representam diversos períodos cronológicos: do Paleolítico e Neolítico até à Idade do Ferro.
Em destaque, está a coleção de Vila Nova de São Pedro, uma complexa fortificação de Azambuja, construída e habitada entre 3.500 e 1.500 antes de Cristo.
Ao centro, encontramos uma maquete desta fortificação, que foi habitada por pequenas comunidades agro-pastoris, já conhecedoras da metalurgia do cobre.
Sala 2
Da época romana, o grande destaque é o “Sarcófago das Musas”, datado do século 4 depois de Cristo.
O Sarcófago exibe 9 musas esculpidas em mármore, uma obra prima que integra o conjunto de diversas obras do período entre a época romana e o domínio islâmico no território português, exposto na segunda sala do museu.
Em destaque, estão o “Friso dos Leões” e os “Fragmentos de Pilar do extinto Convento de Chelas”, com medalhões vegetalistas e figuras de grifos – peças que representam a arte moçárabe de Lisboa.
Sala 3
Desde o início de sua construção, D. Nuno Álvares Pereira decidiu que era neste monumento que queria ser sepultado.
No local onde era a capela mor da Igreja do Carmo, ainda existe a sua sepultura primitiva, datada de 1380, cuja arca tumular foi destruída pelo terremoto.
Nesta área central das salas, o museu destaca uma importante coleção de esculturas medievais e modernas.
É impossível ficar indiferente às esculturas tumulares, um acervo de valor inestimável!
O túmulo de D. Fernando I, o último rei da primeira dinastia, destaca-se como a mais extraordinária obra deste conjunto!
Datado do século XIV, possui todas as faces decoradas com cenas da vida e milagres de S. Francisco de Assis, brasões e escudos de Portugal.
Também do século XIV, encontramos o túmulo de Fernão Sanches, filho bastardo do Rei D Dinis, esculpido com uma cena de caça.
Esta sala guarda ainda a reconstituição de parte do monumental túmulo da Rainha D. Maria Ana da Áustria, esposa do rei D. João V, construído no século XVIII.
Um trabalho que recriou a arca desaparecida e recuperou as esculturas barrocas originais, repletas de detalhes impressionantes!
Uma obra prima barroca que podemos ver de perto aqui no Museu!
Sala 4
O Museu foi criado para ser também um espaço didático, e por isso foi instalada aqui a biblioteca dos arqueólogos portugueses.
Esta biblioteca histórica preserva os livros dos arqueólogos portugueses, como Possidónio da Silva e o Conde de S. Januário.
Aqui, encontramos também suas “coleções exóticas”, que incluem cerâmicas e as impressionantes múmias provenientes de um cemitério Chancay no Peru.
O incrível sarcófago egípcio completa esta coleção.
Sala 5
Na quinta sala do museu, são relembrados elementos relacionados com a antiga Igreja e Convento do Carmo e seu fundador.
Em memória do fundador de D. Nuno Álvares Pereira, encontramos uma escultura em madeira que o representa e a cópia da sua arca tumular.
Aqui, estão expostas imagens de santos, e objetos que testemunham a vivência quotidiana do convento ao longo dos séculos.
Outras peças em exposição dão vida e cor à sala, como o conjunto de 14 painéis de azulejos em estilo barroco, do século XVIII, representando a Paixão de Cristo, os azulejos hispano- árabes e a Pedra de Armas da D. Rainha Maria Francisca de Sabóia.
Auditório
A antiga sacristia acolhe hoje o Auditório, que nos apresenta um vídeo sobre a história do edifício: de sua criação à sua reconstrução, mostrando os danos sofridos com o terremoto, bem como a sua transformação em museu.
Exterior
O Museu Arqueológico do Carmo é um espaço de cultura, de contemplação e de história, contada também nas paredes externas.
Uma das peças que mais se destaca é a Janela Manuelina, datada do século XVI, proveniente do Mosteiro dos Jerônimos.
Ao longo do espaço exterior, que corresponde ao corpo da nave da Igreja e suas antigas capelas, encontramos diversas peças como esculturas e pedras de armas.
Esta mistura de fragmentos de diferentes épocas e origens, contribui para o ambiente cenográfico das ruínas, transformadas em um belo museu a céu aberto.
Entre as diversas peças, destaca-se uma estátua de S. João Nepomuceno, e também a pia baptismal de Simão Correia, com motivos florais e ainda o túmulo manuelino do cavaleiro, datado do séc. XVI.
Este monumento é como um memorial ao terremoto de 1755, envolto por uma aura romântica, que oferece um espaço de contemplação em plena baixa lisboeta.
E envolvidos por esta fantástica paisagem nos despedimos do Museu Arqueológico do Carmo. Obrigada por sua companhia! E espero por você em nosso próximo encontro!
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