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Situados no alto da colina de São Jorge – a mais alta de Lisboa – o Castelo e a Igreja se destacam, formando uma paisagem marcante sobre a cidade!
Nosso passeio começa aqui, ao atravessarmos o Arco de São Jorge.
Localizado na colina mais alta da cidade, o Castelo de São Jorge é um dos melhores lugares para uma vista panorâmica de toda Lisboa e sua riqueza.
No passado, esta posição estratégica era disputada por todos os povos que se fixaram na cidade.
Daqui, deste ponto privilegiado, era possível monitorar a chegada de invasores, observar o deságue do Rio Tejo e ainda desfrutar de uma magnífica vista!
Os vestígios mais antigos aqui encontrados são do século VI antes de Cristo.
Já a construção da fortificação e as suas muralhas datam do século XI, época em que Lisboa era uma importante cidade portuária muçulmana.
Esta fortificação servia como proteção para as elites da Alcáçova, a antiga cidadela medieval.
Após a conquista de Lisboa em 1147, D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal, transformou a fortificação em um castelo.
Os edifícios da época islâmica foram adaptados e ampliados para acolher o rei, a corte e o bispo; e para permitir a instalação do arquivo real em uma das torres.
Do século XIII, ao início do século XVI, o castelo conheceu o seu período áureo.
Elevado a Paço Real, o então Castelo de Lisboa ganhou o nome de São Jorge, por ordem de D João I.
O santo foi escolhido por ser considerado o padroeiro dos cavaleiros e das cruzadas.
Diversos episódios históricos tiveram como palco o Castelo de S Jorge. Um exemplo foi a recepção de Vasco da Gama por D. Manuel, após o regresso da Índia, no final do século XV.
Outro episódio marcante foi a apresentação da primeira peça de teatro português – o Auto do Vaqueiro – de Gil Vicente, realizada em 1502, por ocasião do nascimento do futuro rei D. João III.
A descaracterização do castelo foi acentuada pela transferência da residência real e da corte para a parte baixa da cidade, pelos terremotos de 1531 e 1755, e ainda com o retomar da função militar no século XVIII.
Declarado Monumento Nacional em 1910, foi no decorrer do século XX que recebeu importantes intervenções de restauro, que lhe conferiram a imponência atual.
Terraço e Praça de Armas
Ao acessar a área do castelo, chegamos aqui – na Praça de Armas.
Nesta ampla área, encontramos alguns dos antigos canhões que faziam parte da artilharia que defendia a cidade de Lisboa.
Em destaque, a estátua em bronze de D. Afonso Henriques – o monarca português que conquistou a cidade e o castelo aos mouros.
Atravessando a praça, podemos admirar a linda vista da cidade de Lisboa.
Pela sua localização, o Castelo de São Jorge é um dos melhores mirantes de Lisboa, com uma vista panorâmica incrível.
Antigo Paço Real da Alcáçova
Caminhando ao largo do miradouro, passamos por estes grandes arcos de pedra antes de chegar ao jardim do castelo.
Todo o conjunto edificado constitui a memória mais significativa da antiga residência real medieval.
Com o terremoto de 1755 o local foi destruído, mas algumas estruturas resistiram.
Ainda hoje é possível identificar os elementos arquitetônicos que pertenciam ao Paço Real da Alcáçova.
Nesta área das ruínas, encontramos a estátua de Manuel I, “O Venturoso”, esculpida em calcário.
O jardim do Castelo de São Jorge é o único espaço verde da capital onde se encontram as principais espécies nativas da floresta portuguesa: sobreiros, zambujeiros, alfarrobeiras, medronheiros, pinheiros-mansos e algumas árvores de fruto.
Aqui, podemos encontrar algumas das oliveiras centenárias, espalhadas pelo monumento.
As árvores escolhidas para recompor o jardim honram a memória da antiga horta do Paço Real da Alcáçova.
Pavões
É impossível visitar o Castelo e não reparar na simpática presença dos pavões!
Eles estão espalhados pelo terraço e não passam despercebidos, dando um colorido especial ao monumento.
Núcleo Museológico
Outro ponto que não podemos deixar de visitar é o Núcleo Museológico.
Aqui está exposta uma coleção de objetos encontrados em explorações e escavações realizadas na área arqueológica.
Na exposição permanente, estão expostos artefatos desde o século VII a.C. até o século XVIII, que nos ajudam a entender mais sobre o passado deste local.
Dentre os objetos encontrados, merecem particular destaque as peças islâmicas datadas dos séculos XI e XII.
A Ponte e o Castelejo
Esta ponte liga a área externa e o chamado castelejo, a parte mais protegida da fortificação.
O castelejo é parcialmente cercado por um fosso, que atualmente está vazio.
Este local abrigava a guarnição militar e, em caso de cerco, também as elites que viviam na Alcáçova.
Nesta área, as torres e passagens – feitas de pedra e totalmente restauradas – se encontram em meio a enormes pátios cheios de árvores.
O Castelo possui 11 torres. E eu gostaria de chamar sua atenção para 4 delas: a torre de Menagem, a Torre de Ulisses, a Torre do Paço e a Torre de São Lourenço.
Torre de Menagem
A Torre de Menagem é a mais importante e robusta do castelo.
Esta torre servia de posto de comando. Aqui, era hasteado o estandarte real.
Deste local, podemos ver alguns dos grandes monumentos da cidade, como o Mosteiro de São Vicente de Fora e a Ponte Vasco da Gama, uma das maiores da Europa.
Torre do Haver, de Ulisses ou do Tombo
A Torre do Haver, mais conhecida por Torre de Ulisses, guardava o tesouro e os arquivos reais.
Era aqui que os documentos mais importantes do reino eram tombados. Por esse motivo, é também conhecida como Torre do Tombo, designação ainda hoje utilizada para o Arquivo Nacional.
Câmara Escura
Neste local há também uma interessante atração: a câmara escura!
Através de um periscópio, sistema ótico com lentes e espelhos criado por Leonardo Da Vinci, conseguimos observar Lisboa em tempo real.
É possível percorrer os monumentos e regiões da cidade em 360 graus, de forma minuciosa – uma experiência excepcional que nos faz redescobrir Lisboa!
Torre do Paço
Podemos ainda visitar a Torre do Paço, que recebeu este nome pela proximidade ao antigo Paço Real.
Junto à torre havia a “Casa dos Leões”, que guardava dois desses animais trazidos da África.
Hoje, esse espaço abriga um restaurante.
Torre de São Lourenço
A Torre de São Lourenço é a mais saliente do Castelo.
O seu acesso pode ser feito descendo uma longa escada sobre a muralha.
Este trajeto costuma surpreender quem se atreve a visitar a torre, pois ele não possui saída.
A recomendação é aproveitar ao máximo a vista que se tem a partir da torre, para recuperar as energias e retornar, subindo a escadaria.
A vista deste ponto é magnífica! E nos permite uma compreensão espacial sobre a Baixa lisboeta, o Chiado, e o bairro alto.
Daqui, temos uma ótima vista para:
- o elevador de Santa Justa
- as ruínas da Igreja do Carmo
- a mouraria
- a Igreja da Graça
- A Avenida da Liberdade
- o Jardim Botânico
- e o Miradouro São Pedro de Alcântara
Adarve, o caminho de rondas
Entre as torres, podemos caminhar no adarve sobre as muralhas.
As estreitas passarelas permitiam aos guardas-sentinelas fazerem as suas rondas.
Era também ao longo do adarve que os defensores se distribuíam para enfrentar os inimigos.
Percorrer as torres do Castelo de São Jorge, apreciando a vista da cidade sob vários ângulos, é uma experiência incrível!
Porta da Traição
Nos fundos do castelo, encontramos a chamada Porta da Traição.
Esta passagem era muito comum em fortificações.
Os nobres podiam entrar e sair do castelo com discrição e segurança.
E era ainda usada no caso de fugas, para a entrega de mensagens e encontros secretos.
Cerca Moura
Além de suas paredes principais, o castelo era protegido por um muro baixo que contorna parcialmente o território, designado por Cerca Moura.
A Cerca Moura era uma primitiva muralha defensiva da cidade de Lisboa na época medieval.
No século XIV, durante o reinado de D. Fernando, foi quase integralmente substituída por uma nova muralha.
Há diversas passagens e portas no complexo do castelo, mas a Porta de Martim Moniz se destaca pela sua história.
A Porta de Martim Moniz fica inserida na muralha da cerca Moura.
Conhecida como Porta do Moniz, esta é uma das antigas portas da cidade de Lisboa.
O nome homenageia o lendário capitão que deu a vida para manter a porta aberta às tropas portuguesas, durante a Conquista de Lisboa.
Núcleo Arqueológico
Em uma área mais isolada do castelo, encontramos o núcleo arqueológico.
Neste núcleo, encontramos um conjunto de vestígios arqueológicos que testemunham a ocupação dessa região por diferentes povos, desde a idade do ferro.
Ao explorar esta área, podemos descobrir as múltiplas culturas e vivências que ao longo dos séculos contribuíram para a construção de Lisboa.
O conjunto de vestígios arqueológicos evidencia três períodos significativos da história da cidade: as primeiras ocupações da região; as residências do período islâmico; e as ruínas da última residência palaciana da antiga Alcáçova.
É fabuloso ver de perto os vestígios das moradias e os detalhes do antigo bairro islâmico.
Neste local, podemos ainda acessar o que seria uma casa do século XI.
Sem intenção de ser uma recriação histórica exata, a casa permite uma aproximação ao ambiente vivido nos seus espaços interiores.
Em um só lugar, é possível entender toda a história que formou Portugal como nação, em um panorama único de Lisboa.
Visitar o Castelo de São Jorge é fazer uma viagem no tempo!
Sem dúvida um passeio imperdível para quem quer conhecer uma das capitais mais antigas e ricas da Europa!
Igreja de Santa Cruz do Castelo
Situada dentro da área protegida do Castelo de São Jorge, encontramos a Igreja de Santa Cruz do Castelo.
A Igreja está ligada ao Castelo por uma muralha e por sua história.
Esta é uma das igrejas mais antigas de Lisboa, ainda que a fachada e a data nela gravada – 1776 – não anunciem essa antiguidade.
A construção do século XVIII, ocupa o espaço do templo primitivo construído no século XII, onde existiu uma antiga Mesquita.
A história conta que logo após a conquista da cidade, em 1147, D. Afonso Henriques liderou o cortejo real até a igreja, para assistir à sua consagração como templo cristão.
Em 1168 tornou-se igreja paroquial.
No século seguinte, Lisboa foi elevada a capital do reino.
Pela sua proximidade com a residência dos reis de Portugal, era nesta igreja que se batizavam os filhos dos monarcas.
A Igreja de Santa Cruz do Castelo possui também os registros paroquiais mais antigos da cidade, datando o primeiro casamento do ano de 1536.
O terremoto de 1755 destruiu a igreja, que foi alvo de obras nos anos seguintes.
O edifício foi reconstruído e reabriu ao culto em 1776 – o ano marcado em sua fachada.
Desde o século XVIII, a Irmandade de São Jorge, de grande importância na cidade, teve aqui a sua sede.
Exterior da Igreja
O exterior da Igreja de Santa Cruz apresenta o cruzamento de diferentes estilos arquitetônicos.
As sucessivas reconstruções sofridas pelo edifício resultaram em uma composição barroca, pombalina e neoclássica. As linhas mais marcantes são da arquitetura pombalina, que desenha as molduras de janela da fachada principal.
Interior da Igreja
A igreja de Santa Cruz é pequena, mas possui grande importância na história do catolicismo em Lisboa, refletida em seu interior.
Sua estrutura é composta por uma única nave, com três capelas de cada lado e respectivas tribunas.
O conjunto foi totalmente restaurado para recuperar o seu esplendor.
Capela Mor
A capela mor abriga diversas preciosidades da igreja.
O teto é decorado com uma pintura ornamental sobre estuque, com temática da “Exaltação da Cruz”.
Um painel seiscentista, localizado no retábulo do altar-mor, representa a Descida da Cruz.
Em uma das paredes encontra-se a sepultura de D. Isabel de Sousa, camareira-mor da Rainha D. Leonor e protetora da igreja, falecida em 1516.
Capela do Santíssimo Sacramento
A Capela do Santíssimo Sacramento também chama a atenção pelo patrimônio artístico.
A estrutura superior, em estilo barroco, é revestida em talha dourada.
No retábulo, em estilo neoclássico, encontra-se a pintura com a representação da “Última Ceia”, atribuída a Pedro Alexandrino.
Torre do sino
Ao lado da Igreja, encontramos a torre sineira, considerada a torre histórica mais alta de Lisboa.
Subindo a estreita escadaria da torre sineira, temos uma excelente vista da cidade de Lisboa e do castelo.
Os quatro sinos de bronze datam de 1789, cerca de uma década após a construção da igreja.
Aqui é possível tocar seus sinos, que ecoam nos arredores da igreja, em uma experiência absolutamente única.
A vista panorâmica estende-se no horizonte, e apenas as badaladas dos sinos interrompem o momento de contemplação.
A Igreja de Santa Cruz do Castelo é um pequeno memorial histórico e religioso, que guarda as lembranças e a arte sacra da antiga Lisboa.
E terminamos aqui a nossa visita ao Castelo de São Jorge e à Igreja de Santa Cruz do Castelo!
Obrigada por sua companhia! E espero por você em nosso próximo encontro!
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