Beleza 16 setembro, 2021

Exposição D Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal

Organizada pelo Museu da Presidência da República em conjunto com o Palácio Nacional da Ajuda, a exposição dedicada a D. Maria II faz parte da comemoração dos 200 anos do nascimento da rainha e nos recorda a vida e o reinado da última mulher a ocupar a chefia do Estado português.

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Uma exposição temporária realizada no Palácio Nacional da Ajuda, um magnífico monumento de Lisboa!

Ao longo de vários núcleos no interior da Galeria de Pintura do Rei D. Luís – o segundo filho de D. Maria II – podemos descobrir quem foi “a Educadora”, conhecer mais sobre suas origens brasileiras, sua infância vivida entre dois continentes, sua personalidade até a contextualização de sua época e reinado.

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As centenas de objetos, obras de arte e documentos são provenientes de diversos museus nacionais, colecionadores privados e órgãos governamentais.
Um conjunto de peças belíssimas, restauradas e reunidas, especialmente para esta exposição!

Símbolos do Poder Real

Na primeira sala, nos deparamos com o retrato da rainha D. Maria II junto à coroa e ao cetro – os símbolos do poder real!

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É nesta sala que encontramos estes objetos expostos, além do trono em destaque.

A Coroa Real Portuguesa, feita em ouro e veludo vermelho, foi concebida no Rio de Janeiro para aclamação do Rei D João VI, avô de D Maria II, e há mais de duas décadas não era exposta ao público.

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Reino Unido de Portugal e Brasil

Seguindo o percurso, encontramos diversas representações da Família Real, com o objetivo de ilustrar o Reino Unido de Portugal e Brasil e explicar as circunstâncias que fizeram de D. Maria II a única monarca europeia a nascer fora do continente.

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A vida de D. Maria II

Maria da Glória nasceu no Rio de Janeiro em 1819, filha primogênita de D. Pedro IV de Portugal, também conhecido como D. Pedro I Imperador do Brasil.

Após a morte do Rei D. João VI, em 1826, D. Pedro assumiu também a coroa portuguesa. Mas por motivos políticos, decidiu abdicar em favor de sua filha.
D. Maria II tornou-se assim a Rainha de Portugal e dos Algarves aos sete anos de idade.

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Os núcleos seguintes nos mostram os registros relacionados ao período da infância de D. Maria II.

A jovem rainha cruzou o Atlântico em 1828 a caminho da Áustria — para ser educada na corte do avô materno, o Imperador Francisco I, em meio a um conturbado cenário político.

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Aos nove anos, D. Maria II iniciou um exílio que passou por quatro países.
Na Inglaterra, aos 10 anos, bordou o estandarte liberal azul e branco, em veludo, seda e fio de ouro exposto em frente ao retrato da rainha junto ao pai e à madrasta.

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Estandarte Liberal bordado pela rainha aos 10 anos na Inglaterra

Em 1833 D. Maria II chega a Lisboa, às portas da vitória liberal sobre os absolutistas na guerra civil.
No ano seguinte, sobe finalmente ao trono português, aos 15 anos de idade.

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Casamentos de D. Maria II

Outro núcleo da exposição é dedicado aos três casamentos de D. Maria II.
Prometida ao tio, D. Miguel, foi ainda casada com D. Augusto, antes de se unir a D. Fernando.

É neste núcleo que podemos observar um dos mais belos retratos da exposição!
Em 1833, no Palácio das Necessidades, D. Maria II posou para o artista escocês John Bell, vestida de branco sobre um fundo negro – um contraste que a destaca de forma singular.

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Família com D. Fernando

Ao percorrermos a exposição, os retratos, objetos e documentos nos apresentam os vários anos de reinado de D. Maria II, do viés político às suas relações com a família.

Um conjunto de desenhos de D. Fernando, conhecido como o Rei Artista, mostra os ambientes familiares e os filhos do casal em brincadeiras.

D. Fernando e a rainha tiveram 11 filhos, e foi ele o rei-consorte que a acompanhou ao longo de 17 anos de casamento.

Objetos e a vivência da Corte Portuguesa

Um dos núcleos seguintes da exposição nos apresenta os objetos e a vivência da Corte portuguesa.

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Podemos perceber a valorização das artes nos objetos do dia-a-dia e na decoração dos espaços, além de conhecer alguns hábitos da realeza.

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Nas vitrines encontramos peças valiosas, como o serviço de mesa utilizado na celebração do casamento de D. Maria II com D. Fernando, em 1836. Um testemunho da melhor cerâmica de mesa oitocentista e da porcelana como arte decorativa.

O piano de cauda é outro objeto de destaque! Era tocado pela rainha, sob a orientação pessoal do pianista Domingos Bontempo.

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Outro grande destaque é o violino de cerâmica com retratos de D. Maria II e D. Fernando II, tardiamente concebido por Wenceslau Cifka na década de 1870.

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A exposição nos apresenta a trajetória de D. Maria II até o fim do seu reinado, que culminou com seu falecimento em 1853, aos 34 anos de idade.

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Casa Forte

Do núcleo expositivo intitulado “Casa Forte”, destaca-se a Rosa de Ouro oferecida pelo Papa Gregório XVI à Rainha, em 1842, simbolizando a reconciliação após o restabelecimento oficial de relações diplomáticas.

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Este núcleo guarda algumas das joias pessoais da rainha. Preciosidades de valor principalmente histórico, como as pulseiras com retratos em miniatura de parentes de D. Maria II.

Reconstituição dos Aposentos da Rainha

Ao final da exposição podemos conhecer os aposentos da rainha, que formam o núcleo mais impressionante da exposição!

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A reconstituição dos últimos aposentos da rainha no Palácio das Necessidades foi feito a partir de um inventário realizado em 1857, quatro anos após a sua morte.

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Nestes aposentos, D. Maria II se rodeou de várias peças que a faziam recordar a sua infância no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
As mais imponentes são a cama que pertencia a sua mãe, D. Leopoldina, e o cofre “Odiot”, duas peças encomendadas por D. João VI, em Paris.

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Outros objetos encontrados aqui eram originalmente parte da casa de sua avó, D. Carlota Joaquina.
É o caso dos pares de galinholas e cães de louça, das peças alemãs, e dos aquários de porcelana da China. Estes itens foram leiloados em Portugal depois da morte da mulher de D. João VI e adquiridos por D. Maria II para se afirmar como uma linhagem antiga dos Bragança.

Nestas salas intimistas, ao contrário das restantes áreas do palácio a intenção não é demonstrar o poder. Aqui, conseguimos nos aproximar de D. Maria II e de suas memórias!

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E terminamos por aqui a nossa visita à Exposição dedicada à D. Maria II, uma viagem pela vida, o tempo e o legado de uma figura única na história de Portugal.

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Clique abaixo para assistir ao vídeo de nossa visita completa!

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